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Apple abandona processadores Intel e passará a usar componentes projetados pela própria empresa em seus computadores

Novos chips são similares aos usados em iPhone e iPads, prometendo maior economia de energia e desempenho semelhante ao conseguido atualmente; última alteração do tipo aconteceu em 2005

A Apple passará a utilizar processadores Apple Silicon, projetados por ela mesma em seus computadores. O anúncio foi feito durante a WorldWide Developers Conference (WWDC), evento anual mais importante da empresa. A edição 2020 começou nessa segunda-feira, 22, de forma totalmente online, devido à pandemia de coronavírus, que já contaminou mais de 1,1 milhão de pessoas e levou mais de 51 mil a óbito somente no Brasil.

Os processadores Apple Silicon, do tipo ARM, são similares aos já usados em iPhones e iPads. Isso permitirá, de forma concreta, uma redução significativa no consumo de energia dos equipamentos, com performance igual ou superior à encontrada atualmente nos produtos da empresa. Outra novidade é que a próxima versão do sistema para computadores da marca, o MacOS 11, rodará nativamente aplicativos feitos para iPhones e iPads.

Uma das grandes vantagens da mudança é que, com o controle sobre o projeto tanto dos processadores quanto do sistema, a Apple pode otimizar a integração dos componentes. Nos dispositivos móveis, os aparelhos da empresa são conhecidos por entregar performance similar à concorrência mesmo com especificações, em termos numéricos, inferiores às de outros fabricantes.

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Mudanças anteriores

Não é a primeira alteração do tipo: até 2005, os computadores Mac utilizavam processadores do tipo PowerPC, fabricados em conjunto com IBM e Motorola. A partir de 2006, a empresa passou a utilizar os chips da Intel. A mudança permitiu que os equipamentos pudessem rodar outros sistemas além do MacOS, inclusive o Windows, maior concorrente da Apple nesse segmento.

Também houve transições similares nos dispositivos móveis. Os primeiros celulares da marca usavam processadores criados pela Samsung, mas com o lançamento do iPhone 4, em 2010, a própria Apple passou a desenhar os componentes, terceirizando a fabricação para outras empresas (inclusive, até 2015, para a própria Samsung). Até 2017, o processador gráfico de iPhones e iPads era fabricado pela Imagination Technologies. Naquele ano, a empresa decidiu também passar a fazer também os projetos desse componente e terceirizar apenas a fabricação.

Unificação de produtos

Com a mudança revelada agora, todos os principais produtos da marca passarão a contar com processadores ARM projetados pela própria Apple. Em conjunto com funcionalidades anunciadas no MacOS 11 Big Sur que também estão no iOS e no iPadOS, a mudança nos processadores cria uma aproximação significativa entre computadores e dispositivos móveis da Apple.

Essa aproximação é intencional: o objetivo da empresa tem sido de lançar produtos que se complementem ao mesmo tempo em que sejam, individualmente, superiores à concorrência. Não por acaso, no anúncio do modelo mais recente do iPad Pro, em março deste ano, a Apple iniciou a nota à imprensa dizendo que o produto "é mais rápido e poderoso que a maioria dos notebooks com Windows".

Data de lançamento

A partir desta semana, desenvolvedores poderão adquirir o kit de desenvolvimento para Macs com processadores da Apple. Para consumidores finais, o primeiro modelo deve ser lançado até o fim deste ano e, segundo a empresa, até 2022 todos os computadores da Apple usarão esse componente. Apesar disso, os modelos atuais, com processadores Intel, continuarão recebendo atualizações e suporte nos próximos anos. Há, inclusive, computadores Mac com chips da Intel ainda em desenvolvimento, que serão anunciados e vendidos posteriormente.

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