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Testamos: Motorola One Hyper entrega câmeras interessantes e carregamento ultra-rápido - versão completa

Aparelho custa a partir de R$ 1.600 e tem tela que ocupa toda a parte frontal
00:10 | Mar. 11, 2020
Autor Bemfica de Oliva
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Bemfica de Oliva Repórter
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Tipo Notícia

Essa resenha é a versão completa, para quem possui mais conhecimentos em tecnologia e quer saber todos os detalhes da experiência de uso do aparelho. Está disponível também a versão para leigos, focando em quem quer apenas saber os pontos principais antes de comprar um aparelho novo.

O One Hyper foi o último celular da Motorola em 2019 e é um dos aparelhos mais recentes da empresa no Brasil. Com preço de lançamento de R$2.499, o smartphone já pode ser encontrado entre R$1.600 (à vista) e R$1.800 (a prazo) no varejo online.

Ao contrário de outros aparelhos da linha, com três ou até quatro câmeras na traseira, o One Hyper possui apenas duas. O diferencial dele está na frente totalmente tomada pela tela, já que a câmera frontal fica em um mecanismo retrátil na parte superior, e no carregamento "hiper rápido" de 45 watts, que promete encher 75% da bateria em meia hora.

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Mas vale o preço? Para responder a essa pergunta, encontrando os altos e baixos do aparelho, usei o One Hyper como meu celular principal nos últimos dias e conto abaixo tudo o que descobri.

Conteúdo da caixa

Tudo de importante que vem na caixa: celular com capa de proteção, fones de ouvido, carregador e ferramenta para remover o chip
Tudo de importante que vem na caixa: celular com capa de proteção, fones de ouvido, carregador e ferramenta para remover o chip (Foto: Bemfica de Oliva)

A embalagem do celular é consideravelmente bem servida. Há, além do próprio aparelho, fones de ouvido (com plug de 3,5mm), uma capa de proteção que já vem instalada no smartphone, o carregador hyper e um cabo compatível. Há também a ferramenta para remover os chips e a papelada de sempre: manual, guias de segurança, certificado de garantia etc.

Especificações

O One Hyper é um intermediário premium, contando com processador octa-core Snapdragon 675, 4 GB de RAM e 128 GB de armazenamento interno do tipo UFS 2.0, mais rápido que o eMMC usado na maioria dos celulares de nível médio ou básico.

Em termos de conectividade, o aparelho vem com Wifi a/b/g/n/ac, que se conecta a redes de 2.4 e 5 GHz; bluetooth 5.0; GPS com suporte aos sistemas Glonass (russo), Galileo (europeu) e BDS (chinês); 4G e entrada USB tipo C, que pode ser encaixada de ambos os lados. Apesar do formato do plug, a conexão ainda é USB 2.0, não oferecendo as velocidades de transferência dos padrões 3.0 ou 3.1.

Design e acabamento

O celular está disponível nas cores "azul oceano", "rosa boreal" e "vermelho âmbar. A nossa unidade de testes veio nesta última.

A traseira é reflexiva e tem um degradê do centro, mais claro, para as bordas superior e inferior, quase pretas. Esta parte é feita de plástico, com um acabamento brilhante que atrai muitas impressões digitais. A traseira abriga a câmera dupla em uma protuberância na parte superior esquerda, com o flash de LED e o foco a laser ao lado. Há uma faixa com pontilhados que vai das câmeras até a borda inferior do aparelho, com o logotipo da empresa e o nome "Motorolaone" (tudo junto, mesmo). Completando a traseira, o leitor de digitais circular tem um anel de LED que pisca quando o celular recebe notificações ou chamadas.

A frente é totalmente tomada pela tela, com os botões de volume e liga/desliga (que tem uma textura agradável, mas é coberto pela capa protetora) na lateral direita. Na esquerda há a entrada que pode receber dois chips ou um chip e um cartão de memória. Na parte superior há o conector para fones de 3,5 mm, o microfone secundário e o espaço de onde sai a câmera frontal. Abaixo do aparelho fica o conector USB tipo C, o alto falante e o microfone principal.

Traseira reflexiva é bonita, mas atrai muitas marcas de dedos
Traseira reflexiva é bonita, mas atrai muitas marcas de dedos (Foto: Bemfica de Oliva)

Com 210g, o celular tem peso bem acima da média. Considerando os diferenciais do aparelho, as únicas explicações que consigo achar são o mecanismo de elevação da câmera frontal e a aparelhagem extra necessária para o carregamento ultra rápido. O peso extra dá uma sensação de segurança na mão, mas também torna o uso do One Hyper mais cansativo. Ele também é mais sentido no bolso, o que pode ser bom ou ruim dependendo da sua preferência.

Tela

Meu celular cotidiano, OnePlus 5T (esq.) e o Motorola One Hyper: a diferença nos cantos arredondados é gritante
Meu celular cotidiano, OnePlus 5T (esq.) e o Motorola One Hyper: a diferença nos cantos arredondados é gritante (Foto: Bemfica de Oliva)

A primeira impressão que tive da tela é que ela é... Arredondada demais. É visualmente agradável ter cantos arredondados nas telas, mas na linha One a Motorola tem exagerado - o problema é similar em outros modelos. Isso dá a impressão de que há muito espaço não aproveitado, especialmente na barra de notificações, onde caberiam pelo menos dois ícones a mais se os cantos fossem menos circulares. Alguns aplicativos e jogos podem ficar com botões difíceis de clicar, também, por estarem parcialmente cortados.

As bordas são finas, exceto por um pequeno "queixo" na borda inferior. A borda superior é levemente mais grossa que as laterais, mas nada muito notável. Ela abriga também o alto-falante menor, usado em ligações, e os sensores de distância e luminosidade, quase invisíveis, entre o alto-falante e o local de onde sai a câmera frontal. Visualmente a sensação de ter bordas com três larguras diferentes me incomoda, mas isso é questão de gosto, e com o tempo é possível deixar de notar a diferença na maioria das vezes. É inegável, porém, a vantagem de não ter a distração visual dos entalhes - maiores ou menores - presentes em outros aparelhos para acomodar a câmera frontal.

O brilho é suficiente, mas não impressionante, e o ângulo de visão é bom. O painel é do tipo IPS-LCD, que não oferece cores tão vívidas ou contraste tão profundo quanto as telas Amoled, mas é de boa qualidade. Nessa faixa de preço a empresa poderia ter usado um painel Amoled, como no One Zoom. A resolução Full HD+ (1080x2340 pixels), no tamanho de 6,5 polegadas, é suficiente para não ser possível distinguir pontos individuais na tela.

É possível escolher nas configurações entre três modos de cor: "naturais", mais lavado; "realçadas", com um pouco mais de vivacidade, e "saturadas", mais... Bem, saturadas. Há também configurações de modo noturno, que diminui a quantidade de luz azul à noite para reduzir o esforço nos olhos e facilitar o sono, e de brilho adaptável, que usa o sensor de luminosidade para ajustar o brilho da tela automaticamente aos ambientes.

Sistema e aplicativos pré-instalados

Os primeiros aparelhos da linha (One e One Power, de 2018, e One Vision e One Action, de 2019) vinham, como faz pressupor o nome, como parte do programa Android One, que promete dois anos de atualizações de sistema e três anos de atualizações de segurança. Os mais recentes One Zoom e One Macro, porém, não estão incluídos no programa, com apenas um upgrade do Android garantido pela Motorola. Este infelizmente também é o caso com o One Hyper, mas, pelo menos, o aparelho já vem de fábrica com o Android 10, versão mais recente do sistema.

A mudança que se nota mais de cara é, provavelmente, a navegação por gestos, similar ao que acontece nos iPhones mais recentes e em alguns Androids topo de linha. Há uma barra inferior na tela, onde ficavam os botões de navegação. Puxando a barra pra cima, o usuário é levado à tela inicial. Puxando e segurando, é mostrada a lista de aplicativos recentes. Deslizando o dedo da borda esquerda para o centro equivale ao botão "voltar", e da borda direita para o centro reabre o último aplicativo. Os comandos não são muito intuitivos e demoram um pouco para se acostumar. Mesmo quando você se acostuma, irá cometer muitos erros em aplicativos como a galeria de imagens, quando se está apenas tentando alternar entre as fotos e acaba se mudando de aplicativo sem querer. Felizmente é possível voltar para a barra de navegação tradicional em Configurações > Sistema > Gestos > Navegação no sistema.

O Android usado pela Motorola é quase puro, sem as modificações pesadas na interface usadas por outros fabricantes. Há apenas algumas mudanças que adicionam funções ao sistema, agrupadas no aplicativo Moto. Há a Moto Tela, que pisca o display para mostrar notificações mais recentes e um descanso de tela com relógio, data e nível de bateria; e as Moto Ações, série de modificações que permitem, por exemplo, girar o pulso enquanto segura o celular para abrir a câmera ou virar o celular com a tela para baixo para ativar o modo "não perturbe". Há também o App Box, que nada mais é que uma lista de atalhos para aplicativos "recomendados" pela Motorola. Clicar no ícone de um aplicativo já instalado abre o mesmo, clicar em um que ainda não está no aparelho leva para a página de download na Play Store.

Notei que o botão de tela inicial, quando a interface está configurada para navegação com botões, faz o mesmo efeito quando pressionado que os aparelhos da linha Pixel, do Google, que não são vendidos no Brasil. Estes celulares são usados pela desenvolvedora do Android como "vitrines" da integração entre o sistema operacional e os serviços Google, não sendo assim um Android "puro". Parece, então, que a inspiração da Motorola veio de outro lugar.

O leitor de impressões digitais presente na traseira é rápido... Quando funciona. Várias vezes precisei colocar a digital em mais de uma tentativa, e em algumas ocasiões somente digitando a senha consegui desbloquear o aparelho. Ele pode ser usado, além do sistema, para substituir senhas em alguns aplicativos de compras.

É possível configurar a interface para usar o tema escuro, agora integrado ao sistema - antes dependia de cada fabricante implementar soluções deste tipo. Assim como a Moto Tela, ele não é tão útil em aparelhos que não tenham painéis Amoled, pois o consumo de bateria é igual independente das cores exibidas. Ainda assim, na minha opinião, é visualmente mais agradável que a versão clara do sistema.

Câmera

O conjunto de câmeras do One Hyper é composto por uma dupla 64 MP (principal) + 8 MP (ultrawide) na traseira, e uma de 32 MP na frente. O sensor frontal fica em um mecanismo que sobe e desce, permitindo bordas finas na tela sem a necessidade de um entalhe ou buraco para abrigar a lente. Tanto a câmera principal traseira quanto a frontal utilizam a tecnologia quad-pixel, que reúne quatro pixels em um, gerando uma imagem menor (16 e 8 MP, respectivamente) mas com maior riqueza de detalhes e capturando mais luz.

É possível alterar entre os controles automático e manual, que permite ajustes com ISO, balanço de branco, foco e tempo de exposição. Neste modo pode-se também escolher se as fotos são salvas em formato JPG, RAW (melhor para edição em programas profissionais de fotografia) ou ambos.

Há também diversos modos de foto e vídeo. Para as fotos há as opções de retrato (com fundo desfocado), recorte (somente o contorno da pessoa fotografada aparece, o resto fica preto), cor em destaque (selecione uma cor na foto e os outros tons ficarão em preto e branco), night vision (fotos noturnas com mais detalhes e menos ruídos), cinemagraph (apenas uma parte da imagem animada, o resto estático), panorama, ultra-resolução (utiliza todos os 64 MP do sensor principal) e diversos filtros. A grande-angular tem apenas os modos de cor em destaque, cinemagraph e os filtros.

Camêra "pop-up" chama a atenção, mas somente nos primeiros usos
Camêra "pop-up" chama a atenção, mas somente nos primeiros usos (Foto: Bemfica de Oliva)

As selfies perdem as opções de recorte e ultra-resolução, havendo um tipo de panorâmica chamado "selfie em grupo", que permite girar o aparelho para capturar mais pessoas com a câmera frontal. Há também um "modo de embelezamento" que apenas tenta reduzir detalhes da pele do rosto e deixa as pessoas parecendo bonecos de cera. Este problema, todavia é generalizado em todos os celulares com essa função, não sendo exclusividade da Motorola nem do One Hyper. A qualidade em geral das fotos é boa, dentro do esperado para um sensor de 32 MP com lente de foco fixo (que é bem posicionado em relação à distância que as pessoas normalmente tiram selfies). Ela também usa a tecnologia quad-pixel, gerando imagens finais de 8 MP.

Em um primeiro momento tanto eu quanto outras pessoas da redação achamos muito divertido o movimento de sobe e desce da câmera frontal, mas o encanto passou rápido. A qualidade do modo retrato pode ser visto na galeria abaixo: bom recorte da silhueta, mas sem operar milagres. Nas fotos tiradas em ambiente externo nota-se a dificuldade para o sensor destacar meu cabelo, que mexia com o vento.

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O vídeo tem as opções de câmera lenta (240 frames por segundo na resolução 720p, 120 frames por segundo em resolução Full HD) e time-lapse (vídeos ultra-rápidos, é possível escolher velocidades de reprodução entre 4 e 32 vezes maiores que a de gravação), além de aplicar adesivos em realidade aumentada (que precisam ser baixados separadamente). A câmera principal grava vídeos em resolução 4K, enquanto a frontal e a grande-angular capturam em 1080p. Essa última possui qualidade de imagem muito ruim na gravação de vídeo, e não recomendo que seja utilizada para este fim.

Na captura de fotos a situação da grande-angular é melhor que nos vídeos, mas não muito. Em ambientes bem iluminados ela produz fotos satisfatórias no máximo para uso em redes sociais, mas nada além disso. Em situações de pouca luz, porém, a qualidade cai bastante, com a falta de detalhes dando uma aparência de "pintura". Um bug curioso que encontrei foi que a lente ultrawide, apesar de ter 8 MP no sensor, por algum motivo seguiu a configuração de resolução da câmera principal, criando fotos em 16 ou 12 MP dependendo do ajuste escolhido. Isso pode explicar a falta de qualidade nas imagens: o próprio celular estaria "esticando" as fotos da grande-angular no pós-processamento.

A câmera principal, pelo outro lado, me surpreendeu. A tecnologia quad-pixel é muito eficiente para aumentar a captura de luz do sensor, fazendo com que mesmo fotos sem o night vision ativado tivessem reprodução de detalhes bem razoável. Não é possível, todavia, fazer milagres, e ambientes com pouca iluminação impactam na qualidade dos retratos. O modo noturno ajuda, de toda forma: com ele é possível conseguir imagens com menos ruídos, melhor contraste e sem estouro em pontos iluminados. O HDR consegue efeitos semelhantes, mas com menos qualidade. Em termos gerais o que notei é que o HDR deixa as fotos um pouco mais voltadas a tons quentes, enquanto o night vision leva a matiz para o azulado. O foco, auxiliado a laser, é rápido e sem grandes dificuldades.

Abaixo temos algumas demonstrações de uso da câmera, tanto aqui no prédio do O POVO quanto em um breve passeio cultural pelo centro da cidade.

 

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Bateria

Em um dia de uso intenso, fui capaz de conseguir mais de oito horas e meia de tela ligada até chegar a 5% de carga. Usei aproximadamente oito horas de internet e redes sociais, e estive duas horas ouvindo música pelo Deezer. Com uso mais moderado, tirava o celular da tomada às 10 da manhã e chegava em casa 1 da madrugada com cerca de 40% da bateria restante. Para uso básico, talvez a promessa da Motorola de dois dias com uma carga se cumpra, mas para o usuário médio eu ainda recomendaria recarregar o celular toda noite.

O carregador hyper, incluído na caixa, é maior e mais pesado que a maioria dos concorrentes. A diferença vale a pena pela tecnologia presente. Ele possui entrada USB tipo C, igual ao conector presente no aparelho, e o cabo incluído, mais grosso que o habitual para aguentar a tecnologia de recarga ultra-rápida, tem as duas pontas nesse padrão.

O carregamento rápido funciona como prometido na propaganda: até 12 horas de uso com 10 minutos de carga... Se você não usar muito o aparelho. Com este tempo na tomada, a bateria foi de 5 a 34%, o que é um feito impressionante, mas que não duraria 12 horas para o meu uso. Com meia hora ligado ao carregador, 64% da carga estava restaurada, e a bateria ficou completamente cheia com uma hora e 20 minutos após ligar o celular na tomada. Não é uma marca ruim, mas em linhas gerais o carregamento é muito mais impressionante na primeira meia hora que no tempo total de carga.

Som e ligações

Embora não impressione, o alto-falante do One Hyper tem qualidade bem decente. Todas as faixas de som aparecem com clareza, e não há distorções mesmo no volume máximo. O alto-falante de chamadas não é usado em vídeos, jogos ou músicas, e a voz nas ligações saiu levemente metálica.

O aparelho acompanha um par de fones de ouvido básico, mas de boa construção. O fio é todo em borracha: infelizmente não há a cobertura em tecido que algumas marcas têm usado, que aumenta a durabilidade. A caixa acústica é de metal. O som sai claro e sem distorções no volume máximo. O fone não tem controles de volume, mas conta com um botão multifunção: com um toque atende ligações e inicia/pausa a reprodução de músicas, com dois toques avança para a música seguinte, segurando ativa o assistente de voz.

Desempenho e jogos

Durante meu tempo de uso não cheguei a observar engasgos ou problemas de performance no celular. Para um uso médio, em termos de desempenho o aparelho não decepciona, cumprindo as funções básicas sem problemas. Observei apenas um pequeno travamento ao passar o dedo muito lentamente na lista de aplicativos recentes, procurando de um em um, mas nada absurdo.

O maior gargalo do aparelho me pareceu ser os 4 GB de RAM, enquanto smartphones concorrentes já chegam ao mercado com 6 GB. Devido a essa limitação, muitos aplicativos em segundo plano foram reiniciados quando os abri depois de um tempo. Para quem trabalha bastante com multi tarefa, o One Hyper pode não ser muito adequado. Particularmente achei um desperdício colocar um processador mais capaz em um aparelho com tão pouca RAM.

Para jogos, mesmo com um chipset supostamente mediano, o celular não decepcionou. Real Racing 3 (configurações automáticas), Asphalt 9 (qualidade alta), PlayerUnknown's Battlegrounds (gráficos HD, taxa de frames alta, anti-aliasing desativado e sombras ativadas) e Free Fire (gráficos no Ultra, FPS normal e sombras desligadas) rodaram sem dificuldades, sendo perfeitamente jogáveis no aparelho. A maior dificuldade foi, de fato, os cantos arredondados demais, dificultando o acesso a alguns controles.

Seguem os resultados de alguns testes nos aplicativos mais populares para este fim:
AnTuTu: 221.157
3DMark: 1.173
PCMark: 7262
GeekBench single-core: 506
GeekBench multi-core: 1609
GeekBench GPU: 384

Conclusão

O Motorola One Hyper habita, embora não fosse esse seu grupo à época do lançamento, uma categoria de dispositivos sem muita concorrência no Brasil: os intermediários entre R$ 1.500 e R$ 2.000. Nessa faixa de preço se espera conjuntos balanceados, sem muitos comprometimentos e que entreguem uma experiência de uso acima dos aparelhos básicos, com algumas "surpresas" possíveis aqui e ali. Em quase todos esses aspectos, o celular consegue ser bem sucedido.

O One Hyper não promete a máxima performance, a melhor câmera nem a tela mais incrível existente. Mas entrega uma performance consistente, uma tela razoável e câmeras interessantes. Possivelmente os pontos mais agradáveis do aparelho são a tela com bordas finas e sem a interrupção visual dos entalhes e o carregamento ultra rápido: nenhum celular oficialmente à venda no país consegue encher a bateria na mesma velocidade que o One Hyper, mesmo aqueles que custam três ou quatro vezes o preço do Motorola. Somente o Galaxy S20 Ultra, da Samsung, que deve ter as vendas iniciadas esta semana, com rumores que indicam preço-base de R$ 6.599, terá a mesma velocidade de carregamento.

Há, certamente, pontos que poderiam ser melhorados. Senti falta de uma tela Amoled, de uma lente de zoom na câmera (e de um sensor grande-angular decente, que não estivesse ali apenas para fazer número) e de mais memória RAM no aparelho. O fato de os aparelhos Motorola One não fazerem mais parte do programa Android One, e terem apenas uma atualização do sistema garantida, também é um destaque negativo.

Alternativas

As qualidades do aparelho não significam, porém, que não haja alternativas viáveis no mercado. O principal concorrente do One Hyper é o Galaxy A70, da Samsung. Situando-se na mesma faixa de preço que o Motorola, o A70 traz três câmeras na traseira (32 MP na principal, 8 MP na ultrawide e um sensor adicional de 5 MP para capturar a profundidade nas fotos), 2 GB a mais de RAM e uma tela maior e do tipo Amoled, com cores mais vibrantes. Há também bateria levemente maior (4.500 mAh, contra 4.000 do One Hyper), além de um slot dedicado para o cartão de memória, permitindo usá-lo juntamente a dois chips de operadoras. Um ponto interessante do aparelho é que o leitor de impressões digitais fica sob a tela, deixando a traseira com design mais limpo.

O Motorola ganha na versão do sistema - apesar do A70 ter atualização disponível para o Android 10, ele foi lançado com o 9.0 e não deve receber outros updates, enquanto o One Hyper deve ir pelo menos até o Android 11 -, na resolução melhor da câmera principal, na tela sem a distração do entalhe e, obviamente, na velocidade de carregamento ainda imbatível.

A Samsung tem outros aparelhos que podem fazer frente ao One Hyper, mas em faixas de preço levemente diferentes. O Galaxy A80 tem o dobro de RAM, processador Snapdragon 730 mais potende que o 675 presente no Motorola, construção melhor com traseira em vidro e moldura em alumínio, além da câmera traseira e a frontal serem a mesma, com um mecanismo que gira o conjunto de lentes para tirar selfies. Perde em bateria, resolução da câmera principal, versão do sistema e velocidade de carregamento, além de ser mais caro: cerca de R$ 2.000 à vista.

O Galaxy A51 também foi lançado com o Android 10, tem quatro câmeras na traseira (48 MP principal, 12 MP ultrawide, 5 MP macro e 5 MP para profundidade) e leitor de digitais sob a tela. Perde em desempenho, com o processador Exynos 9611 sendo menos potente que o do Motorola, na câmera principal, na velocidade de carregamento e no preço: o A51 é encontrado por R$ 1.800 à vista. Todos os Samsungs possuem tela Amoled.

Para quem quer apostar em marcas menos conhecidas, o Redmi Note 8 Pro, da Xiaomi, pode ser uma opção interessante. Por cerca de R$ 1.800 à vista, o aparelho oferece um conjunto de quatro câmeras (64 MP principal, 8 MP ultrawide, 2 MP macro e 2 MP no sensor de profundidade), 2 GB a mais de memória RAM, bateria de maior duração e processador mais potente, além da traseira em vidro. As principais perdas são no carregamento mais lento da bateria, na câmera frontal e no entalhe, ainda que pequeno, presente na tela.

A própria Motorola, por fim, tem uma alternativa razoável ao One Hyper. O One Zoom possui quatro câmeras na traseira (48 MP principal, 8 MP com zoom de 3x, 16 MP ultrawide e 5 MP no sensor de profundidade), tela do tipo Amoled, corpo com traseira em vidro e moldura de alumínio, leitor de digitais sob a tela e resistência a respingos de água. As desvantagens são a versão mais antiga do sistema, que está no 9.0 e será atualizado somente para o Android 10, no entalhe na tela e na falta de carregamento ultra-rápido.

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