Gripe K: novos casos

Gripe K: novos casos seguem sendo registrados no Brasil

Nova variante do vírus influenza A (H3N2) acende um alerta global após aumento expressivo de casos

O Ministério da Saúde confirmou os primeiros casos da chamada "Gripe K" no Brasil. A doença, causada por um subtipo do vírus Influenza A (H3N2), teve registros confirmados nos estados do Pará e do Mato Grosso do Sul. Segundo a pasta, há indícios de que o caso identificado no Pará seja importado — envolvendo uma pessoa que esteve fora do país e trouxe o vírus ao retornar —, considerando o intenso fluxo de viagens internacionais.

A confirmação deixa autoridades em alerta, uma vez que esse mesmo subclado vem provocando um aumento expressivo de casos e pressão sobre os sistemas de saúde em países da Europa, América do Norte e Ásia.

Segundo o pneumologista Ernando Sousa, não é um novo vírus, mas sim uma mutação na qual os sintomas são semelhantes aos da gripe sazonal comum e de outras viroses respiratórias, como febre alta, mal-estar intenso, dores no corpo, dor de cabeça, tosse, coriza, dor de garganta e cansaço.

“Essa alteração indica uma maior transmissibilidade, porém, não tem demonstrado maior gravidade nos casos de contaminação. Consequentemente, embora possa haver um grupo maior de pessoas infectadas, não se prevê uma sobrecarga nos sistemas de saúde”, destaca.

De acordo com relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil já está entre os países das Américas com maior proporção de casos positivos de Influenza A H3N2, superando 30% entre pessoas com sintomas gripais. Embora a maioria dessas infecções ainda esteja associada a variantes anteriores, a detecção do tipo K exige atenção redobrada.

Gripe K: a importância da vacinação

O cenário externo serve de bússola para o Brasil. Desde agosto, a OMS observa um crescimento consistente da circulação do subclado K na Europa e na Ásia. No Reino Unido, a situação levou autoridades a recomendarem novamente o uso de máscaras em ambientes fechados. Além disso, a estação de gripe no Hemisfério Norte começou de duas a três semanas mais cedo neste ano, acompanhada por um aumento de internações.

O pneumologista explica que, em relação à imunização, a vacina da gripe pode oferecer uma cobertura menor. Isso ocorre porque a mutação provavelmente aconteceu após a seleção das cepas destinadas à vacina que será aplicada no início de 2026. Como o processo de produção leva meses, pode haver esse descompasso na proteção.

“Os grupos mais afetados e suscetíveis a complicações são as pessoas nos extremos de idade, além de portadores de pneumopatias, obesidade, câncer, cardiopatias e imunossuprimidos (como transplantados, por exemplo)”, alerta.

Ele lembra que a influenza é uma doença que exige cuidados rigorosos. “É fundamental manter-se bem hidratado e fazer repouso absoluto, pois a falta de cuidado adequado pode acarretar complicações posteriores. Por fim, é essencial manter em dia as vacinas contra gripe, Covid-19 e pneumonia (se houver indicação médica), além da ingestão constante de líquidos”, finaliza.

Atualmente, a confirmação exata do vírus K exige sequenciamento genético, tornando o fortalecimento da rede laboratorial estratégico para a saúde pública neste momento.

 

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