TDAH: 6 fatos do transtorno que talvez você não saiba
Este domingo, 13, marca o Dia de Conscientização sobre o TDAH. Veja fatos sobre o transtorno explicados por um especialista
Neste domingo, 13, é o Dia de Conscientização sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), data criada para enfatizar o diagnóstico precoce e a qualidade de vida para os que convivem com o transtorno.
Em tempos em que os diagnósticos aumentaram e a sociedade está cada vez mais hiperatenta, é importante entender o que realmente é considerado TDAH, e sempre buscar a orientação de especialistas.
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Pensando nisso, O POVO traz seis fatos sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade explicados por Wesley Ramos, psicólogo do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto, em Fortaleza.
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Veja seis fatos sobre o TDAH que talvez você não saiba
1. Não é possível desenvolver o TDAH (mas o diagnóstico pode ser em qualquer idade)
“TDAH é um transtorno de neurodesenvolvimento. Isso significa dizer que esses sinais, os sinais de desatenção ou de hiperatividade, precisam estar presentes durante a infância, ou seja, é incorreto afirmar que a pessoa desenvolveu TDAH quando adulto”, afirma Wesley Ramos, que atua no Ambulatório de Transtornos de Atenção e Impulsividade (Atai).
Hoje, a maioria dos casos é diagnosticado nesta fase.
No entanto, adolescentes e adultos também podem receber o diagnóstico de TDAH, após ter percebido os sintomas com mais frequência ou até depois de alguns prejuízos nas áreas acadêmicas ou sociais, o que é comum para quem convive com o transtorno.
2. Diagnóstico do TDAH é exclusivamente clínico
Para dar o diagnóstico, o psicólogo ou psiquiatra utiliza como método a anamnese Entrevista detalhada realizada por um profissional de saúde com o paciente, com o objetivo de coletar informações que possam auxiliar no diagnóstico e tratamento.
. É por meio dela que o profissional vai entender se os sintomas relatados estão relacionados com o transtorno.
Além do relato do paciente, muitas vezes os profissionais contam com entrevistas dos familiares ou amigos próximos para entender se os sintomas se manifestaram desde a infância - característica crucial na confirmação do TDAH.
“Existem hoje alguns testes que podem ser feitos que a gente chama de avaliação neuropsicológica, mas essa avaliação serve para dar base, mas o diagnóstico é clínico”, completa o psicólogo.
3. Não há evidências sobre “epidemia de TDAH”
É comum entrar nas redes sociais e ver inúmeros vídeos apontando “coisas que alguém com TDAH faz” ou “testando seu TDAH”. Essa explosão de informações sobre o transtorno, junto do aumento no número de diagnósticos podem criar a falsa sensação de “epidemia de TDAH”.
No entanto, essa teoria não se confirma. O que justifica o aumento do diagnóstico nos transtornos é o acesso à informação, explica Wesley.
As pessoas estão percebendo os sintomas mais cedo, o que não ocorria há 20 ou 30 anos. Isto também se deve às novas exigências escolares, que demandam cada vez mais dos alunos, cada vez mais cedo - o que evidencia as dificuldades das pessoas com o transtorno.
4. Nem todo sinal de desatenção indica TDAH
Como já mencionado, a nossa sociedade hiperconectada têm tido prejuízos com a atenção, já que a internet - principalmente as redes sociais - segue um ritmo frenético, deixando para trás as atividades mais lentas e que levam mais tempo.
Wesley exemplifica: “A gente está sendo acostumado, está sendo moldado, a ver um videozinho rápido. Então, se eu tiver que assistir uma videoaula de 20 minutos, vou ficar impaciente, vou ficar desatento. Mas isso não quer dizer que eu tenha TDAH. Pelo contrário, só quer dizer que estou sendo treinado, acostumado a ficar assistindo a vídeos rápidos, curtos”.
São detalhes como esses que diferenciam o Transtorno de Déficit de Atenção de uma desatenção ocasional.
5. Sintomas hiperativos podem diminuir na adolescência e fase adulta
Conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria (APA), na maioria das pessoas com TDAH, sintomas de hiperatividade motora ficam menos claros na adolescência e na vida adulta, o que pode fazer com que o TDAH passe despercebido em alguns indivíduos.
Mas, é importante ressaltar, apesar dos sintomas físicos diminuírem - em alguns casos -, persistem dificuldades com planejamento, inquietude, desatenção e impulsividade.
6. O SUS possui uma hierarquia para o diagnóstico do TDAH
O Sistema Único de Saúde (Sus) também assiste pessoas com TDAH para que elas possam ter mais qualidade de vida. Para buscar o tratamento, o mais recomendado é que o indivíduo, ao perceber sinais de desatenção ou hiperatividade, procure uma Unidade Básica de Saúde.
O médico da saúde da família avaliará e poderá encaminhar para o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) ou para um serviço especializado, como um hospital de saúde mental, onde ele receberá o tratamento.
Após a estabilização do paciente, incluindo o uso do psicoestimulante mais adequado e intervenções comportamentais, o tratamento volta a ser acompanhado na rede de atenção básica.
TDAH: Como conseguir o diagnóstico e tratamento no Ceará?
No Ceará, no Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o Ambulatório de Transtornos de Atenção e Impulsividade (Atai) assiste pacientes adultos com TDAH.
Implantado há três anos, o serviço oferece acompanhamento multidisciplinar em atendimentos individuais, com médicos psiquiatras, e em grupo terapêutico moderado por psicólogo e co-moderado por psiquiatra.
Para ter acesso às vagas da entidade é necessário ser encaminhado por uma unidade de saúde, seja ela pública ou privada. Assim, que se consulta no setor privado também tem acesso aos serviços.
A orientação é procurar a recepção dos ambulatórios, onde poderá ser agendada a consulta de triagem para o ambulatório.
Serviço
Ambulatório de Transtornos de Atenção e Impulsividade (Arai) – para adultos (maiores de 18 anos)
Onde: Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto – Rua Vicente Nobre de Macedo, s/n, Messejana.
Horário de atendimento para consultas: todas as sextas-feiras, no turno da manhã.
Mais informações: (85) 3101-4348 / 3101- 4336 / 3101-4329