Boletim da Fiocruz aponta aumento na circulação de doenças respiratórias em todo Brasil
A atualização do boletim apontou risco ou alto risco de síndromes respiratórias com tendência de crescimento a longo prazo no Ceará e em outros 15 estados
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou nesta quarta-feira, 30, o novo Boletim InfoGripe, apontando um cenário de aumento na circulação do vírus sincicial respiratório (VSR), em várias localidades do País. Com níveis que variam de moderado a muito alto, o boletim registrou o aumento nas regiões: Centro-Sul, Norte e Nordeste.
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O VSR está diretamente ligado aos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grava (SRAG), além de provocar o aumento nas hospitalizações entre crianças pequenas. Os dados correspondem à Semana Epidemiológica (SE) 17, período de 20 a 26 de abril.
Influenza também tem afetado o número de hospitalizações
Segundo a pesquisadora do Programa de Processamento Científico da Friocruz, Tatiana Portella, os aumentos de hospitalizações por SRAG no Brasil também podem ser associados ao vírus influenza. Em 2025, já foram notificados 45.228 casos de SRAG.
Ainda que a doença tenha contribuído nos números de internações, a pesquisadora aponta que apenas o Mato Grosso do Sul, Amapá e Pará registraram números moderados a muito alto de hospitalizações por influenza. Nos demais estados o índice continua baixo.
“O rinovírus também tem contribuído para o aumento de SRAG entre crianças e adolescentes de dois a 14 anos, embora já haja sinais de desaceleração desse crescimento. Já as hospitalizações por influenza A, que atingem principalmente a população de jovens, adultos e idosos, têm crescido em muitos estados do país, atingindo níveis de incidência moderada a alta nos idosos no Amazonas, Mato Grosso do Sul e Pará”, afirma Tatiana.
Cenário nacional demonstra aumento nas tendências de longo prazo, registrando manutenção do aumento nas internações por VSR e início de crescimento nos casos por influenza A.
Ceará e outros estados têm tendência de aumento a longo prazo nos casos de SRAG
A atualização do boletim apontou risco ou alto risco de síndromes respiratórias com tendência de crescimento a longo prazo em estados como: Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins e no Distrito Federal.
No panorama geral, já é possível identificar sinais de desaceleração no aumento de casos no Distrito Federal e Goiás. No Espírito Santo já há queda no índice.
Capitais brasileiras reforçam cenário nacional
O dado mostra que 18 das 27 capitais brasileiras apresentam existência de SRAG ao nível de alerta, risco ou alto risco, com sinais de crescimento de longo prazo em: Aracaju (Sergipe), Belém (Pará), Belo Horizonte (Minas Gerias), Brasília (Distrito Federal), Campo Grande (Mato Grosso do Sul), Cuiabá (Mato Grosso), Florianópolis (Santa Catarina), Goiânia (Goiás), Macapá (Amapá), Manaus (Amazonas), Natal (Rio Grande do Norte), Porto Alegre (Rio Grande do Sul), Porto Velho (Rondônia), Rio Branco (Acre), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Salvador (Bahia), São Paulo (São) e Vitória (Espírito Santo).
Vírus sincicial respiratório (VSR) corresponde a 57% dos casos positivos
O estudo da Fiocruz apontou ainda que 57% dos casos positivos no Brasil, nas últimas quatro semanas epidemiológicas, eram do vírus sincicial respiratório (VSR). 21,8% foram registrados como influenza A, 0,9% de influenza B, 20,3% para rinovírus e 3,1% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
Em relação aos óbitos registrados, 46,4% foram em casos de influenza A, 20,4% em casos de Sars-CoV-2 (Covid-19), 14,7% em VSR, 12,8% em rinovírus e 2,4% por influenza B.
Cuidados necessários no período
A pesquisadora Tatiana Portella destacou alguns cuidados necessários no período de vírus respiratórios sazonais. A cientista ressaltou a importância no uso de máscaras em locais de aglomeração, além da manutenção da "etiqueta respiratória" em casos com sintomas. Portella ainda chamou a atenção para um cuidado fundamental, a vacinação.