Perda de olfato ou paladar persiste em 5% dos casos de Covid

Pesquisa analisou dados de 3.699 pacientes que tiveram a doença. Autores alertam que alteração desses sentidos pode levar a "sofrimento intenso" e pedem que sistemas de saúde acolham e apoiem essas pessoas
Autor DW Tipo Notícia

Perda ou modificação do olfato é mais comum entre mulheres

Cerca de 5% das pessoas que contraem Covid-19 enfrentam perda ou alteração de olfato ou paladar por pelo menos seis meses após a infecção, concluiu uma pesquisa científica publicada nessa quinta-feira (28/07). A perda do olfato tem sido uma marca característica da infecção pelo coronavírus desde o início da pandemia, mas não estava claro com qual frequência sintomas como esse ocorrem, ou por quanto tempo podem durar.

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Os pesquisadores analisaram os resultados de 18 estudos anteriores, que envolveram 3.699 pacientes. A partir de um modelo matemático, eles estimaram que 5,6% dos pacientes tinham problemas no olfato e 4,4%, alterações no paladar, por pelo menos seis meses após a infecção.

Segundo os autores do estudo, a perda ou a modificação do olfato ou paladar pode levar a "sofrimento intenso", e é necessário que os sistemas de saúde estejam preparados para apoiar essas pessoas, que com frequência sentem-se "isoladas" após serem dispensadas pelos médicos.

Mulheres são mais afetadas

A pesquisa, publicada na revista médica BMJ, também descobriu que as mulheres tinham menos probabilidade de recuperar o paladar e o olfato do que os homens após a infecção. O motivo dessa diferença não é conhecido, mas os pesquisadores ponderaram que as mulheres, em geram, tendem a ter o olfato e o paladar mais aguçados do que os homens, o que significa que elas têm mais a perder. Uma mulher relatou que não havia recuperado seu olfato 27 meses após ter contraído a covid.

Os pesquisadores ressaltaram que, apesar de ser esperado que a maioria dos infectados recupere seu olfato e paladar nos primeiros três meses após a infecção, "um grande grupo de pessoas pode desenvolver disfunções duradouras que requerem diagnóstico a tempo, tratamento personalizado e acompanhamento a longo prazo".

Danny Altmann, imunologista do Imperial College de Londres não envolvido na pesquisa, classificou-a como um "estudo consistente e importante". "Estudos como este nos alertam para o tormento silencioso de pessoas que sofrem com sintomas persistentes, mas que talvez não tenham achado que valesse a pena entrar em contato com o médico na suposição de que não haveria muito a ser feito", disse.

Os dados não consideram qual variante do coronavírus os pacientes contraíram. Pesquisas anteriores indicam que a variante ômicron é menos propensa a provocar perda do olfato. 

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