Saiba o que é adenomiose, doença que obrigou Simone da dupla com Simaria a retirar o útero

Silenciosa, a doença uterina causa forte dor pélvica e aumento do fluxo menstrual. O tratamento pode incluir desde uso de contraceptivos até a retirada do útero

Três meses após o nascimento da segunda filha, a cantora Simone Mendes, 37, da dupla com Simaria, precisou retirar o útero. O motivo foi uma doença diagnosticada depois do parto, a adenomiose. Silenciosa, a doença uterina causa forte dor pélvica e aumento do fluxo menstrual. O tratamento pode incluir desde uso de contraceptivos até a retirada do útero.

As causas da adenomiose não estão totalmente explicadas para a Medicina. Porém, antes de entender a adenomiose é preciso saber que o útero se constitui de três camadas: perimétrio (externa), miométrio (intermediária) e endométrio (interna).

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“A adenomiose ocorre quando essa camada interna, que é o endométrio, aparece dentro do miométrio, ou seja, num local onde ela não deveria estar”, detalha Karinne Azin, ginecologista especialista em endoscopia ginecológica.

Segundo Karinne, uma das hipóteses para explicar isso é que exista uma tendência das próprias células do miométrio de se transformarem em células do endométrio. A doença é mais frequente nas mulheres que já engravidaram, mas pode ocorrer até em adolescentes.

A uroginecologista Andreisa Bilhar, professora de Ginecologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), acrescenta que a principal teoria para explicar a adenomiose é a de lesão e reparo do tecido miometrial, que facilita a migração das células endometriais para dentro do miométrio.

“Outras teorias envolvem células pluripotentes que se diferenciam dentro do miométrio uterino e endométrio, explicando os casos que acometem mulheres mais jovens que nunca gestaram”, completa.

Dessa forma, a adenomiose pode ser mais recorrente após cirurgias realizadas previamente no útero, como cesáreas, além de procedimentos para retiradas de miomas (miomectomias) ou curetagem realizada para abortamento.

A adenomiose pode ser mais recorrente após cirurgias realizadas previamente no útero, como cesáreas.
A adenomiose pode ser mais recorrente após cirurgias realizadas previamente no útero, como cesáreas. (Foto: Divulgação/ Hospital Federal de Bonsucesso - Rio de Janeiro)

A realização da cesárea, em especial, se constitui como fator de risco por causar lesão no endométrio e possibilitar a penetração desse tecido na camada média do útero (miométrio). “Porém, a gestação por si só também é um fator de risco ao distender as fibras uterinas e no processo de regressão após o parto. E quanto maior o número de gestações, maior o risco”, pontua Andreisa. Por esse motivo, mulheres com muitas gestações também têm maior propensão à doença.

Conforme a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a adenomiose acomete, em geral, pacientes entre 40 e 50 anos. Dados sobre a incidência da doença variam amplamente (chegando a até 70%) em virtude da ausência de padronização dos critérios diagnósticos, assim como as diversas definições histológicas (relativa aos tecidos) utilizadas.

Sintomas

 

Os principais sintomas da adenomiose são um sangramento menstrual abundante e dor pélvica. Em seu canal no YouTube, a cantora Simone contou que após realizar a cesárea para o parto de Zaya, sua caçula, percebeu um sangramento maior que o esperado.

“A princípio foi passada uma medicação para que o sangramento parasse. Assim foi feito, tomei o anticoncepcional para regularizar o sangramento e não resolveu", conta.

Ao procurar auxílio médico, a famosa passou por uma ultrassonografia transvaginal e depois uma ressonância magnética da pelve até chegar ao diagnóstico da adenomiose.

Os exames realizados por Simone são os mais comuns recomendados no caso de suspeita da doença a partir do histórico clínico da paciente. Além de sangramento menstrual aumentado associado a cólica menstrual, dor durante a relação sexual ou dificuldade de engravidar também são sintomas da adenomiose.

Tratamentos

 

O tratamento da adenomiose pode ser clínico com medicações que aliviam os sintomas. Os principais utilizados são o anticoncepcional e os dispositivos intra-uterinos (DIU) com hormônio.

Porém, o tratamento considerado definitivo é cirúrgico com a retirada do útero (histerectomia) nos casos da adenomiose difusa ou a retirada da lesão no caso da adenomiose focal (nódulos concentrados em algumas regiões).

A médica obstetra Liduina Rocha, do Coletivo Rebento, destaca a necessidade de uma opção terapêutica individualizada a partir do diálogo com cada paciente. “Pode ser desde medicamentos até a retirada do útero dependendo da vontade de novas gestações, do quadro clínico e das repercussões, especialmente anemia”, pondera.

Atenção para os sinais da adenomiose

 

  • Fortes dores pélvica
  • Sangramento menstrual abundante
  • Dor durante ato sexual
  • Dificuldade para engravidar

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