Vacinação continua em adolescentes, adultos e idosos; veja quais vacinas devem ser aplicadas

Após o calendário infantil, imunização deve seguir em outras faixas etárias. Entretanto, ainda é falho que adultos e idosos consultem regularmente sua caderneta de vacinação

Após a vacinação na infância, as imunizações seguem para outros períodos da vida. Adolescentes, adultos, idosos, gestantes e viajantes devem continuar seguindo o calendário nacional de vacinação disponibilizado pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). Isso por dois motivos principais: pela atualização, pois algumas vacinas que tomamos enquanto idosos não estavam disponíveis quando éramos adultos, por exemplo; e pela queda da proteção ao longo do tempo, como o reforço a cada dez anos da vacina dupla bacteriana adulto (previne difteria e tétano).

Um dos exemplos é a vacina Meningo ACWY, implantada na rotina para o público-alvo de adolescentes a partir do mês de maio de 2020, segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). "Partimos da premissa de que o adolescente tomou as vacinas da infância. Já em adultos e idosos, se você considera que fez a vacinação ao longo da vida, você considera o reforço", cita a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Flávia Bravo. "Temos uma população brasileira vivendo por mais tempo, e por melhor que estejam, o sistema imune deles (cidadãos) não é o mesmo".

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Em caso de perda da caderneta de vacinação ou não posse de documentos que comprovem a vacinação, o PNI considera o adulto como não imunizado. Mas isso não é impedimento para aplicação: é criada outra caderneta e a pessoa pode continuar a tomar as vacinas após a infância e disponibilizadas das Unidades Básicas de Saúde, como a contra febre amarela, contra o tétano ou a tríplice viral.

Mesmo com o amplo calendário, ainda é falho que adultos e idosos consultem regularmente sua caderneta de vacinação. Pesquisa a pedido da farmacêutica Pfizer em julho de 2020 aponta que metade dos brasileiros não acompanha regularmente seu calendário e, quando faz, é influenciado por eventos externos. Além disso, 13% acompanham somente a carteirinha dos filhos e 17% nunca verificam, não têm, não sabem se têm ou onde está o documento.

"Existe um controle parental com as crianças. O calendário infantil é grande porque elas são mais suscetíveis às doenças", explica Flávia. "Infelizmente, os responsáveis pensam que vacina é coisa de criança, nem sequer sabem que existe vacina para aplicação enquanto adultos. É uma falha muito grande de comunicação: não é só recomendar, mas você deve mostrar a importância e a seriedade de se vacinar. Se não, a pessoa não vai procurar".

O resultado é endossado pelo imunologista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Edson Teixeira, que cita ainda um desconhecimento do Sistema Único de Saúde na totalidade por parte da sociedade. "Devemos mostrar outros pontos do SUS além da lotação em hospitais. Quando a doença chega ao hospital, é porque estratégias anteriores, mais baratas e menos doloridas se extinguiram".

As vacinas disponíveis para adolescentes, adultos, idosos, gestantes e viajantes através do SUS estão lá pois ainda há um risco de adoecimento nas faixas etárias. Especialista na área de saúde pública, Edson reforça que o sistema ainda tem dificuldades em digitalizar a quantidade de vacinas tomadas ao longo da vida. Entretanto, a solução pode estar próxima com o Conecte SUS, aplicativo que permite que o brasileiro ou brasileira visualize seu histórico de uso da rede pública. A implementação vem em momento chave da aplicação da vacina da Covid-19.

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Adolescentes

Meninos e meninas de 11 a 14 anos devem ser vacinados contra o Papilomavírus humano, ou HPV (contra o papiloma, vírus que causa cânceres e verrugas genitais), em duas doses com seis meses de intervalo cada. A vacinação na adolescência segue com a Meningocócica ACWY (previne a doença causada por bactérias de sorogrupos) em dose única.

Até os 19 anos, as vacinas contra a Hepatite B, a dupla bacteriana adulto (previne difteria e tétano), tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) e de febre amarela (previne a febre amarela) estão inclusas no PNI. A aplicação delas varia de acordo com a situação vacinal da pessoa, por isso a importância de sempre ter a caderneta de vacinação para verificar quais vacinas já foram tomadas ou não durante a infância.

Adultos e idosos

Dos 20 aos 59 anos de idade, adultos e idosos seguem sendo vacinados com a tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola), contra a hepatite b, contra a febre amarela e a vacina da dupla bacteriana adulto (contra a difteria e tétano). Novamente, a aplicação varia de acordo com a situação vacinal da pessoa - por exemplo, no caso da febre amarela, o PNI considera como vacinadas as pessoas que tomaram a dose única entre os 5 e 59 anos de idade.

As campanhas de vacinação anuais, como a da gripe, também são inclusas no calendário de vacinação. Em 2020, na primeira fase, idosos a partir de 60 anos foram alvos da vacinação contra a gripe. Na segunda, professores de escolas públicas e privadas, profissionais das forças de segurança e salvamento e portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais foram imunizados.

Gestantes e viajantes

Gestantes têm disponíveis pelo SUS as vacinas contra a Hepatite B, a vacina dupla bacteriana adulto (previne difteria e tétano) e a tríplice bacteriana acelular (dTpa, que previne difteria, tétano e coqueluche). Em específico, a dTpa deve ser tomada uma dose a cada gestação, a partir da 20ª semana gestacional. Os viajantes dispõem da mesma gama de vacinas, com inclusão da vacina contra a febre amarela.

Conecte SUS

A reestruturação do antigo Meu DigiSUS viabilizou o Conecte SUS. O aplicativo permite que o cidadão ou cidadã visualize os atendimentos realizados nos pontos da Rede de Atenção a Saúde, permitindo o acesso a seu histórico, para continuidade dos cuidados.

Está disponível nos sistemas iOS e Android.

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