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Autoteste de HIV realizado por coleta de fluido oral chega a farmácias brasileiras

O produto realiza a coleta por meio de fluido oral e revela o resultado em apenas 20 minutos
17:32 | Mai. 19, 2020
Autor Gabriela Almeida
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Gabriela Almeida Repórter O POVO
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Tipo Notícia

Lançado pela multinacional Genomma Lab em 60 países do mundo, o autoteste para a detecção de HIV OraQuick já está sendo comercializado em farmácias brasileiras. De acordo com informações divulgadas em coletiva online por representantes da empresa, nesta terça-feira, 19, o produto realiza a coleta por meio de fluido oral e revela o resultado em apenas 20 minutos. O autoteste já está disponível em mais de dez mil farmácias do Brasil e custa cerca de R$ 79,90.

O presidente da Genomma Lab, Gustavo Abreu, pontuou na ocasião que o autoteste contribui com a “conscientização sobre o HIV” e que o produto receberá ainda uma campanha para ser tratado de forma “clara, aberta e educativa”.

O teste já é comercializado em outros países do mundo e pode agora ser encontrado nas prateleiras de farmácias brasileiras, na sessão de preservativos, sendo comprado sem a necessidade de prescrição médica.

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Ricardo Vasconcelos, epidemiologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), afirmou em coletiva que o método oral utilizado no autoteste facilita para os usuários que têm receio de realizar testagem de sangue. “Um dos motivos pelo qual as pessoas não realizam exames para detectar se estão com HIV é por medo de agulha”, aponta.

Atualmente, os testes de HIV são realizados gratuitamente no Brasil por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), por iniciativas de algumas Organizações não Governamentais (ONGs) e por empresas privadas, que comercializam testagem. O autoteste OraQuick é pioneiro em utilizar fluido oral detectando anticorpos na saliva, sem a necessidade de amostras de sangue.

Preconceito e discriminação

Durante coletiva, o médico Ricardo Vasconcelos apresentou a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP), com o tema HIV/Aids 2020. O levantamento mostrou que, mesmo quatro décadas após a descoberta do vírus e de avanços significativos no tratamento da doença, a população brasileira ainda alimenta “preconceito” e “discrimina” o assunto.

De acordo com balanço, solicitado pela Genomma Lab e realizado pelo Instituto de Pesquisas Arte da Marca, apenas um quarto da população brasileira fez um ou dois testes de HIV na vida. Somente 27% dos 2.035 brasileiros entrevistados afirmaram ainda se prevenir em todas as relações sexuais e 84% garantiram conhecer como método de testagem mais eficiente para detecção de HIV apenas o exame de sangue.

Cleiton Euzébio, diretor interino da Unaids no Brasil, esteve presente na coletiva e afirmou que os dados apresentados pela pesquisa revelaram um “preconceito” ainda existente no País quanto ao assunto HIV/aids. Segundo Cleiton, a discriminação afeta não apenas quem está infectado, mas também deixa as pessoas mais vulneráveis à contaminação, devido a falta de informação que o receio de falar sobre o assunto provoca.

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