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Crianças são pouco afetadas pelo coronavírus, mas podem ser vetores da doença

Apenas 2,4% do total de casos confirmados, na China, eram menores de 18 anos
15:22 | Mar. 13, 2020
Autor Júlia Duarte
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Júlia Duarte Estagiária
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Tipo Notícia

Com o aumento significativo dos casos de coronavírus no mundo, surge a preocupação de identificar o perfil das principais vítimas do COVID-19. Crianças e jovens têm se mostrado, até o momento, menos afetados pelos vírus, enquanto idosos e pacientes de doenças crônicas são os mais receptíveis à progressão do quadro viral. Mesmo representando os menores números dos casos confirmados, os mais jovens podem ser vetores para as demais faixas etárias.

Segundo o relatório da missão conjunta China-OMS, divulgado no final de fevereiro, apenas 2,4% do total de casos confirmados na China eram menores de 18 anos. A situação se repete quando analisado o desenvolvimento da doença. Dentro do total, 2,5% desenvolveram uma forma grave da doença e 0,2%, uma forma crítica. Por outro lado, a projeção, feita pelo Centro para a Prevenção e Combate a Doenças da China, com base na análise dos casos no país, apontou que a taxa de mortalidade avança conforme a idade.

Se entre 0 e 49 anos ela não passa de 1%, entre 70 e 79 anos dispara para 8%, e na casa dos 80 chega a 14,8%. No Ceará, dos 20 casos suspeitos, segundo a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará(Sesa), nenhum é de criança menor de um ano. Adultos de 20 a 49 anos, para ambos os sexos, reúnem as maiores quantidades de casos suspeitos. Até o momento da publicação desta matéria, nenhum caso havia sido confirmado.

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Segundo a professora doutora pela Universidade de São Paulo (USP) e médica pediatra Virna Costa e Silva, as crianças, geralmente, não têm apresentado manifestações do vírus e, quando apresentam, têm recuperação mais rápida com sintomas mais brandos. Entretanto, podem ser vetores da doença.“Com ou sem os sintomas, eles transmitem”, afirma a médica.

Ainda não se tem uma resposta do porquê as crianças não são tão afetadas pelo vírus. “Alguns teorias apontam que o sistema dos menores seja mais imaturo, tenha uma reação inflamatório menor. Já outras colocam a influência da amamentação na imunidade”, comenta. Conforme sua interpretação, o cuidado a atenção de familiares seria a resposta.

“Elas abraçam, correm e são mais desinibidas no contato”, explica Tânia Coelho, diretora técnica do Hospital São José. Segundo as médicas, os principais afetados pela doença são os idosos ou os portadores de doenças crônicas, na maioria dos casos, aspectos que se combinam. Hipertensão, diabetes ou doenças pulmonares são doenças citadas como agravantes dos sintomas.

Prevenção

Mesmo com a pouca idade, conversar sobre prevenção do coronavírus e de outras viroses é necessário, principalmente, porque as crianças dividem e frequentam um ambiente com outras crianças: a escola. Tânia comenta que tanto as instituições escolares quanto os pais precisam ensinar medidas de higiene. “Eles precisam ser ensinados como espirrar corretamente ou como lavar as mãos”, afirma.

Para os pais, a recomendação é não mandar a criança para a escola ou creche quando ela apresentar qualquer sintoma de gripe. Além disso, devem ficar atentos a sinais como perda de apetite ou indisposição. Já em casos de febre, tosse e falta de ar a indicação é procurar unidades hospitalares.

A médica Virna Costa e Silva acrescenta que deve-se manter a calma e, se a criança estiver bem, continuar mandando normalmente a criança para a escola. O conselho é evitar viagens e locais fechados, como shoppings. “Manter medidas básicas de higiene, boa alimentação e imunidade alta podem ajudar na prevenção e recuperação”, afirma ela.

 

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