Elmano reúne deputados da base; oposição relata falta de diálogo

Elmano reúne base aliada em encontros com deputados e oposição relata falta de diálogo

Encontros trataram de demandas municipais e, em alguns casos, reafirmaram apoio para 2026

Reuniões entre o governador Elmano de Freitas (PT) e deputados estaduais reuniram parlamentares da base aliada na reta final do terceiro ano de mandato do chefe do Executivo cearense.

As agendas, compartilhadas nas redes sociais entre novembro e dezembro, não tiveram registros de encontros com legisladores da oposição.

Aliados afirmaram ao O POVO que os encontros focaram em demandas para as bases eleitorais. Já a maioria dos oposicionistas citaram falta de diálogo do Palácio da Abolição.

Base de Elmano

Líder do governo Elmano na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), o deputado Guilherme Sampaio (PT) disse que acompanhou todas as reuniões. Segundo ele, o objetivo foi conversar sobre as pautas legislativas de cada colega da base e as reivindicações dos municípios onde atuam.

"Uma atualização do diálogo. Foram encontros muito positivos, leves e de consolidação da relação política do governo com nossa base”, avaliou o líder. 

Questionado sobre prioridades para 2026, Sampaio afirmou que são "basicamente as autorizações legislativas que vierem a ser necessárias para a continuidade das ampliações das políticas que já estão em curso, garantindo o cumprimento do programa de governo" de Elmano.

Deputados do PSB, um dos principais partidos que compõem a aliança, relataram encontros nessa linha. Osmar Baquit, licenciado do cargo e à frente da Coordenadoria Especial de Apoio à Governança das Regionais de Fortaleza (Cegor), disse ter levado "demandas dos municípios" que representa na Assembleia.

Sérgio Aguiar, além das pautas locais, mencionou que Elmano "aproveitou para reafirmar compromisso partidário e político" com as cidades onde atua. Jeová Mota citou encaminhamento parecido.

“O foco foi investimentos nos municípios onde alinhamos as demandas e, como sou do PSB, também reafirmar que estamos alinhados no projeto da reeleição do governador Elmano nas próximas eleições de 2026”.

Guilherme Bismarck, por sua vez, declarou que “foi apenas sobre projetos" futuros e em curso. Lia Gomes, também, destacando a área da saúde em Sobral.

"Não conversamos sobre eleições”, disse ela, que está licenciada para trabalhar como secretária estadual da Mulher. O mesmo foi dito pela assessoria do deputado Júlio César Filho, o Julinho (PT).

O deputado Apóstolo Luiz Henrique (Republicanos) detalhou algumas pautas, como o Ceará Sem Fome, reivindicando, por meio de emenda, que as igrejas participem da ação.

"Muitas igrejas hoje tem contribuído junto com o governo para solucionar esse problema no nosso Estado", comentou. Também citou a entrega de bíblias nas escolas. “Iremos marcar uma data", informou.

Oposição a Elmano

Deputados da oposição não participaram das reuniões. Felipe Mota (União Brasil) revelou ter sido convidado pela Casa Civil, mas optou por não comparecer.

“Em virtude dos meus posicionamentos críticos e construtivos na Assembleia ao Governo e entendendo que o meu eleitor ficaria com dúvida do campo político eleitoral do qual pertenço, rejeitei para um momento que se fizer necessário o bom diálogo da democracia”, declarou.

Lucinildo Frota e Cláudio Pinho, ambos do PDT, além de Sargento Reginauro (União Brasil), alegaram falta de diálogo com a oposição.

Reginauro disse que, "em nenhum momento desses três anos, o governador de fato se dispôs a receber a oposição" e avaliou que "é perigoso para qualquer líder se fechar em sua bolha e ouvir apenas aos seus aliados".

Cláudio Pinho foi além. "Todas as mensagens do governo foram votadas com pedido de urgência", alegando que o "governo não quer debate" e que, assim, o "Legislativo está sendo diminuído".

Lucinildo ponderou que não participaria das recentes reuniões mesmo se houvesse convite devido ao que soube do teor dos encontros.

"O que já escutei nos bastidores da Assembleia é que não havia expectativa para essa reunião com os deputados aliados. Só está acontecendo devido as pesquisas que colocam Ciro Gomes (PSDB) a frente para a futura disputa ao governo do Ceará", contextualizou.

O correligionário Queiroz Filho disse que não participou nem foi chamado. "Mas acho super compreensível".

A reportagem procurou a assessoria do governador Elmano; o chefe da Casa Civil, Chagas Vieira; e o presidente da Alece, Romeu Aldigueri (PSB). As ligações não foram atendidas e as mensagens não foram respondidas até a publicação desta matéria. 


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