Quem é Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF preso no Paraguai durante fuga
Ele acumula condenações por improbidade administrativa e pela trama golpista
Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no governo Jair Bolsonaro (PL), foi preso na madrugada desta sexta-feira, 26, no Paraguai, ao tentar embarcar em um voo que tinha destino El Salvador.
Segundo a Polícia Federal, ele violou a tornozeleira eletrônica e não foi encontrado na própria residência, onde deveria cumprir recolhimento domiciliar noturno.
Essas constatações fizeram o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), converter as medidas cautelares e decretar a prisão preventiva de Silvinei.
Quem é Silvinei Vasques?
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Silvinei Vasques tem 50 anos e é natural de Ivaiporã, no Paraná. Ingressou no quadro da PRF em 1995.
Nesse período, já foi coordenador-geral de operações e secretário municipal de Segurança e Defesa Social do município de São José, na Região Metropolitana de Florianópolis (SC).
Também ocupou outras posições de gerência, inclusive como superintendente da PRF em Santa Catarina.
Antes de assumir o cargo máximo da instituição, seu último posto tinha sido como superintendente da PRF no Rio de Janeiro, entre 2019 e 2021. Após ser exonerado da direção-geral em dezembro de 2022, e já alvo de investigações, Silvinei se aposentou.
Quando deixou a PRF, ele assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação de São José, mas pediu exoneração em dezembro de 2025, logo após ser condenado pelo STF a 24 anos e seis meses de prisão por envolvimento na trama golpista.
Condenações
Improbidade administrativa
Silvinei foi condenado por improbidade administrativa pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), no Rio de Janeiro, ao constatar que ele usou o cargo de diretor da PRF para fazer campanha para Bolsonaro nas eleições de 2022.
Ele havia sido absolvido na primeira instância. Contudo, em agosto, por unanimidade, a 8ª Turma do TRF2 reformou a decisão, atendendo a um pedido do Ministério Público Federal (MPF).
A Procuradoria no Rio juntou entrevistas, publicações nas redes sociais e registros de eventos oficiais aos autos para comprovar a tentativa de favorecer a candidatura do então candidato a reeleição.
Em um dos eventos, na sede a PRF, em Brasília, a seis dias da eleição, o ex-diretor da corporação deu uma camisa do Flamengo com o número 22 ao então ministro da Justiça Anderson Torres.
Silvinei também usou perfis pessoais nas redes sociais para pedir votos para o ex-presidente. Ele foi condenado ao pagamento de multa de cerca de R$ 546,6 mil.
Trama golpista
No STF, o ex-diretor da PRF foi condenado a prisão em regime fechado por participação na organização criminosa que atuou para tentar reverter o resultado das eleições de 2022. Silvinei integrou o chamado “núcleo 2” da trama golpista.
Durante o segundo turno daquele pleito, Polícia Rodoviária Federal realizou operações nas estradas e rodovias, especialmente na região Nordeste. A Suprema Corte entendeu que ele atuou deliberadamente para dificultar o voto de eleitores.
O julgamento também apontou participação em ações de monitoramento de autoridades públicas e na coordenação de iniciativas voltadas à ruptura institucional.
A condenação resultou na suspensão dos direitos políticos, na inelegibilidade e na fixação de indenização coletiva de R$ 30 milhões.
Prisão
Silvinei foi preso em agosto de 2023. Na época, ele foi levado para o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. A prisão preventiva foi determinada por Moraes a pedido da Polícia Federal, que alegou a possibilidade do ex-diretor da PRF interferir nas investigações.
Em agosto de 2024, o ministro concedeu liberdade provisória mediante a imposição de medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica.
Ele, no entanto, violou as determinações e Moraes decretou novamente a prisão preventiva de Silvinei neste 26 de dezembro de 2025.
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Com Agência Estado