STF: indicados por Bolsonaro, Mendonça e Nunes Marques pedem apoio de senadores a Messias
Os ministros tem abordado senadores pedindo a aprovação, e afirmando que Jorge Messias tem o perfil técnico que o Supremo exige
Os ministros do Supremo Tribunal Federal, Nunes Marques e André Mendonça, ambos indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cortejaram senadores em busca de apoio à indicação de Jorge Messias, atual advogado-geral da União, nome indicado por Lula para assumir a vaga no Supremo deixada pelo ex-ministro Luiz Roberto Barroso.
Os dois magistrados ligaram para cinco senadores pedindo votos favoráveis na sabatina marcada para 10 de dezembro; a data foi definida pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que apoiava a indicação do senador Rodrigo Pacheco para o posto. Messias corre contra o tempo para convencer parlamentares a votarem a favor dele.
Marques e Mendonça têm intensificado contatos com senadores da oposição, naturalmente mais resistentes à indicação de Messias, pela proximidade dele com o presidente Lula e com o PT. O ministro Mendonça teria abordado cerca de cinco senadores da oposição que apoiaram a indicação dele, em 2021. As informações são da jornalista Camila Turtelli, do O Globo.
O ministro alegou aos senadores que Messias era um nome “técnico” e “religioso” não sendo um “militante”. Segundo os senadores, a entrada de Messias na composição da corte não significaria avanço do governo sobre o Judiciário, pois a trajetória do atual AGU seria suficiente para considerá-lo independente.
A ofensiva dos ministro acontece em meio ao desagrado de Alcolumbre com a escolha de Lula. A escolha do presidente da República contrariando a vontade dos senadores criou uma rusga e ares de inquietação para a sabatina e eventual aprovação do nome de Messias.
Senadores integrantes da Comissão de Constituição e Justiça, do Senado, procuram ainda tentam mudar a data sabatina de Messias, pressionando o presidente da CCJ.
Quem é Jorge Messias?
Advogado e servidor público de carreira, atual ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Messias ingressou na carreira de procurador da Fazenda Nacional em 2007. Formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ele possui mestrado e doutorado em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional pela Universidade de Brasília (UnB), onde também atuou como professor visitante.
Ao longo da trajetória, Messias ocupou diversos cargos de destaque na administração pública federal: já foi consultor jurídico de ministérios como Educação e Ciência, Tecnologia e Inovação, atuou na Procuradoria do Banco Central e em órgãos como a Casa Civil da Presidência da República durante o governo de Dilma Rousseff. Desde 1º de janeiro de 2023 ele comanda a AGU, defendendo os interesses do Estado junto ao Judiciário.
Em 20 de novembro de 2025, Luiz Inácio Lula da Silva o indicou para ocupar a vaga deixada no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ministro Luís Roberto Barroso, que se aposentou. Caso seja aprovado pelo Senado, Messias poderá exercer o cargo por até 30 anos, quando deve atingir a idade de 75 anos, deixando obrigatoriamente a corte.