CPI do Crime Organizado convida Elmano e mais dez governadores

CPI do Crime Organizado convida ministros de Lula, Elmano e mais dez governadores

Comissão do Senado pretende ouvir autoridades sobre a atuação de facções e possíveis falhas no combate ao crime; CPI foi instalada nesta terça-feira, 4

A recém-instalada CPI do Crime Organizado, no Senado Federal, aprovou nesta terça-feira, 4, o plano para a condução dos trabalhos e fez convite a ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); ao governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), e a outros dez governadores para comparecer ao colegiado.

Entre os governadores convidados também estão os gestores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ); os estados são locais de origem das maiores facções criminosas em atuação no País; o Primeiro Comando da Capital - PCC e o Comando Vermelho.

Pedidos de convocações de gestores estaduais foram convertidos em convites, por cortesia do colegiado. O convite não obriga a presença da pessoa; já a convocação tem caráter obrigatório, só podendo ocorrer falta mediante apresentação de justificativa.

Governadores convidados

  1. Clécio Luís (AP)
  2. Jerônimo Rodrigues (BA)
  3. Raquel Lyra (PE)
  4. Elmano de Freitas (CE)
  5. Paulo Dantas (AL)
  6. Jorginho Melo (SC)
  7. Ratinho Jr. (PSD)
  8. Eduardo Leite (RS)
  9. Ibaneis Rocha (DF)
  10. Cláudio Castro (RJ)
  11. Tarcísio de Freitas (SP)

Ministros convidados

  • Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública)
  • José Múcio (Defesa)

Outras autoridades

  • Andrei Passo Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal
  • Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

Colegiado

Os convites integram o plano apresentado pelo relator da CPI, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que quer ouvir os chefes do Executivo sobre a responsabilidade dos estados e da União no enfrentamento ao crime organizado.

Segundo Vieira, a oitiva desse agentes é “imprescindível” para entender as falhas de coordenação entre as forças federais e estaduais de segurança pública. A proposta foi recebida com resistência por parte da base governista, que avalia a medida como uma tentativa de politizar os trabalhos da comissão.

Já instalada, a CPI do Crime Organizado no Senado será formada por 11 titulares e 7 suplentes. A presidência da comissão é do senador Fabiano Contarato (PT-ES).

Instalação e eleição do comando

A comissão foi oficialmente instalada nesta terça, em reunião marcada por disputas políticas. O senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi eleito presidente, derrotando o ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) por apenas um voto de diferença (6 votos a 5).

A base do governo conseguiu assegurar maioria no colegiado após mudanças de última hora na composição da CPI, o que gerou protestos da oposição. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) classificou o movimento como um “assalto do governo” à comissão.

Escopo da investigação

A CPI terá 120 dias para investigar a estrutura, a atuação e o financiamento de facções criminosas, milícias e organizações ligadas ao tráfico de drogas. O grupo também deverá propor medidas para fortalecer a integração entre as esferas federal e estadual.

O relator Alessandro Vieira afirmou que a CPI buscará “resultados concretos”, com atenção especial ao papel das forças policiais e ao uso de recursos públicos em ações de segurança. “Não dá para combater o crime organizado com improviso e discurso”, disse.

Próximos passos

Com a aprovação do plano de trabalho, os senadores devem definir nas próximas semanas o calendário de depoimentos.

As oitivas devem abrir uma nova frente de embate político entre governo e oposição, num momento em que a escalada da violência e a influência das facções voltam a dominar a pauta nacional de segurança pública.

Com informações do correspondente do O POVO em Brasília, João Paulo Biage

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar