Lula lamenta morte de Clara Charf: "Perco uma companheira"

Lula lamenta morte de Clara Charf: "Perco uma companheira de muitas caminhadas"

A ativista, viúva de Carlos Marighella, faleceu nesta segunda-feira, 3, aos 100 anos de idade

O presidente Lula (PT) lamentou, por meio de suas redes sociais, a morte de Clara Charf, militante da esquerda e viúva do ex-guerrilheiro Carlos Marighella, que faleceu na manhã desta segunda-feira, 3, aos 100 anos de idade.

“Com seu falecimento, o Brasil perde uma mulher extraordinária. E eu perco uma companheira de muitas caminhadas”, escreveu o presidente no X (ex-Twitter). No texto, Lula também lembrou a exaltou a trajetória da companheira de militância, dizendo que “Clara viveu o exílio, enfrentou a ditadura e defendeu incessantemente a democracia”.

 

Leia a postagem de Lula:

"Clara Charf nos deixou hoje, aos 100 anos de idade. Com seu falecimento, o Brasil perde uma mulher extraordinária. E eu perco uma companheira de muitas caminhadas. Corajosa, generosa, combativa e de grande maturidade política, Clara viveu o exílio, enfrentou a ditadura e defendeu incessantemente a democracia.

Atravessou seu século de vida com uma flexibilidade bonita de quem sabia compreender o novo sem abandonar seus princípios, de quem olhava o mundo com lucidez e coração aberto.

Convivi com a Clara por mais de 40 anos. Aprendi muito com ela sobre política, solidariedade, resistência e humanidade. E hoje me despeço dela com carinho, respeito e gratidão a essa grande brasileira que tanto fez pelo nosso país e por todos nós que tivemos a sorte de tê-la por perto".

Quem é Clara Charf?

Clara Charf nasceu em Maceió (AL), filha de judeus russos que fugiram da Europa; era a mais velha de três irmãos. A família viveu em Recife, onde a mãe morreu jovem vítima de tuberculose.

Entrou, com apenas 16 anos, na vida política se filiando ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1946. Ela se casou com Marighella no ano seguinte aos 21 anos. Durante o regime militar, Clara foi perseguida e presa, se exilando em Cuba após o assassinato do marido.

A ativista passou dez anos no país, só retornando em 1979 com a aprovação da Lei da Anistia. Na volta ao Brasil, ela se engajou na luta pelos direitos das mulheres, pela liberdade, sendo conhecida também pelo discurso de justiça social. Em 1982, foi candidata a deputada estadual pelo PT, obtendo 20 mil votos, mas não se elegendo.

Em 2005, passou a coordenar no Brasil o movimento “Mulheres pela Paz”, responsável por indicar 52 brasileiras para o Prêmio Nobel da Paz coletivo.

Clara Charf é lembrada como uma símbolo da resistência política, da luta feminista e do compromisso com os direitos humanos no Brasil.


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