Quem é María Corina Machado, vencedora do Nobel da Paz 2025
A premiação destacou a líder como "um dos exemplos mais extraordinários na América Latina"
O Prêmio Nobel da Paz 2025 foi concedido na sexta-feira, 10, a María Corina Machado, líder de oposição venezuelana. Em Oslo, na Noruega, o Comitê Norueguês a agraciou pelo papel na "restauração da democracia e dos direitos humanos na Venezuela". O reconhecimento garante uma bonificação de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões).
A indicação da opositora foi formalizada em agosto de 2024 pelo então senador da Flórida Marco Rubio, hoje secretário de Estado dos EUA, que a descreveu como "a esperança e resistência de um povo que há 25 anos sofre com o autoritarismo".
Junto de Rubio, outros parlamentares republicanos também assinaram o documento, informando que “nunca viram uma pessoa com tanta coragem, altruísmo e firmeza moral”, além de elogiar os esforços de Machado por eleições justas e as denúncias contra direitos humanos cometidas pelo atual regime de Maduro.
Ao discursar sobre a premiação, o Presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Joergen Watne Frydnes, ressaltou: “O prêmio irá para uma mulher corajosa e comprometida da paz, que mantém viva a chama da democracia em meio a uma escuridão crescente”.
Quem é a premiada ao Nobel da Paz
María Corina Machado Parisca, nascida na Venezuela em 1967, é uma engenheira industrial, professora e uma das principais vozes da oposição contra o governo de Nicolás Maduro. Com estudos em finanças, ela iniciou a carreira no setor privado antes de se dedicar à política e defesa dos direitos civis.
Machado permanece escondida na Venezuela desde 2024, forçada a recolhimento em meio a ameaças. Mesmo nessa situação, ela rebate especulações sobre uma suposta fuga do país “Saben que estoy aquí em Venezuela”.
No ano de 1992, foi a fundadora da Fundação Atenea, que visava acolher e educar crianças em situação de rua em Caracas. Uma década depois, ajudou a criar a Súmate, instituição dedicada a promover eleições livres e transparentes, conhecida por treinar observadores eleitorais e fiscalizar votações no país.
Bateu recorde de votos como deputada da Assembleia Nacional em 2010, porém o governo de Hugo Chávez a expulsou.
Em 2023, anunciou a candidaduta à Presidência da República, e no ano seguinte, após vencer as prévias da oposição com mais de 90%, foi barrada pelo regime, inabilitada por 15 anos pelo Supremo Tribunal de Justiça.
Atualmente, lidera o partido Vente Venezuela e foi uma das fundadoras da aliança Soy Venezuela, que reúne forças pró-democracia de diferentes correntes políticas.
Impedida de concorrer às eleições, a líder da oposição venezuelana se tornou a principal força. Para milhões de venezuelanos, ela representa a esperança, a coragem e a perseverança.