Julgamento de Bolsonaro e aliados no STF: veja resumo e como está o andamento
Confira como está o andamento do julgamento do ex-presidente e demais réus da trama golpista. As sessões serão retomadas nesta terça no Supremo
14:17 | Set. 08, 2025
O Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir se Jair Bolsonaro e os demais réus do núcleo central serão condenados ou absolvidos da acusação de tentativa de golpe de Estado.
Foram destinadas oito sessões para o julgamento, marcadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.
A seguir, veja o andamento e o que aconteceu na primeira semana do caso
Julgamento de Bolsonaro: primeiro dia (02/09)
No primeiro dia, o ministro Alexandre de Moraes iniciou com a leitura do relatório da ação penal. Em seguida, o procurador-geral Paulo Gonet, autor da acusação, apresentou as provas da trama e pediu a condenação dos oito réus do núcleo central.
Durante a sustentação oral, os advogados dos acusados rebateram as acusações. Ao todo, os ministros rejeitaram três dos cinco pedidos preliminares apresentados pela defesa.
Confira alguns destaques:
Defesa de Mauro Cid
Jair Alves Pereira solicitou a nulidade da delação premiada de Mauro Cid, mas o Supremo recusou a preliminar. A defesa também rebateu acusações de que Cid teria sido coagido a delatar.
Defesa de Bolsonaro
Celso Vilardi defendeu a implementação de um “juiz de garantias”, mas o pedido foi negado por unanimidade.
Julgamento de Bolsonaro: segundo dia (03/09)
No segundo dia, a sessão durou cerca de quatro horas pela manhã e foi dedicada à defesa de quatro dos oito réus.
Defesa de Augusto Heleno
O advogado Mayer Milanez questionou a participação ativa de Alexandre de Moraes nas investigações. Segundo ele, o ministro estaria acumulando o papel de juiz e inquisidor, o que não seria permitido.
Defesa de Paulo Sérgio Nogueira
O advogado Andrew Farias argumentou que Paulo Sérgio tentou desmobilizar manifestações em frente aos quartéis e aconselhou Bolsonaro a não seguir orientações de grupos radicais.
Defesa de Bolsonaro
Os advogados Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno alegaram não haver evidências ligando Bolsonaro aos atos golpistas. Criticaram ainda a rapidez do processo, afirmando que a defesa teve pouco tempo para analisar as provas.
Questionaram novamente a confiabilidade da delação de Mauro Cid, dizendo que o militar mudou versões e não é uma fonte segura. Solicitaram, por fim, a absolvição do ex-presidente, argumentando que uma pena de 30 anos seria desproporcional.
Defesa de Braga Netto
O advogado José Luiz de Oliveira Lima também contestou a validade da delação de Mauro Cid, afirmando que ele mentiu e não delatou voluntariamente. Reforçou ainda a inocência de Braga Netto.
Julgamento de Bolsonaro: o que vem a seguir?
Na próxima terça-feira, 9, a partir das 9h30min, o Supremo retoma o julgamento com início das votações.
A Primeira Turma do STF, composta por Alexandre de Moraes e outros ministros, decidirá se Bolsonaro e mais sete réus serão condenados a até 30 anos de prisão.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), os acusados foram os principais articuladores da tentativa de golpe contra o resultado das eleições de 2022 e dos atos de 8 de janeiro.
No documento de 272 páginas, a PGR afirma que Bolsonaro e aliados planejaram sequestros e assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
A denúncia também cita a elaboração da chamada “minuta do golpe”, que orientava Bolsonaro a decretar estado de sítio e adotar medidas para descredibilizar as eleições.