Justiça da Itália mantém Carla Zambelli presa

Justiça da Itália mantém Zambelli presa

A defesa da parlamentar alegava questões de saúde e pedia que a deputada aguardasse a decisão sobre a extradição em liberdade. Zambelli foi condenada pelo STF

A Justiça da Itália decidiu nesta quinta-feira, 28, manter a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) presa durante o trâmite de extradição. A Corte de Apelação de Romaconsiderou que há risco de fuga e decidiu manter a prisão preventiva da parlamentar enquanto o pedido de extradição feito pelo Brasil continua em tramitação.

A Corte de Apelação também considerou que a defesa de Zambelli não conseguiu comprovar as alegações de perseguição política.

A defesa da parlamentar alegava questões de saúde e pedia que a deputada federal aguardasse a decisão sobre a extradição em liberdade.

“Segundo os juízes italianos, Zambelli parece nunca ter cultivado reais interesses na Itália, como demonstra seu desconhecimento da língua italiana, o que exigiu, inclusive, a nomeação de um intérprete para as audiências”, informou a Advocacia Geral da União (AGU).

"Em especial, com referência ao transtorno depressivo, de acordo com a decisão, não foram encontradas evidências que sugerissem desejo de automutilação ou comportamento anticonservador na deputada, sendo que outras condições como tendência a mau humor e distúrbios do sono podem ser tratadas e revisadas em terapias e consultas", completou o órgão.

Os juízes italianos também disseram que os problemas de saúde apontados pela defesa da deputada não impedem a manutenção da prisão.

Zambelli foi condenada duas vezes pelo Supremo Tribunal Federal (STF), fugiu do País após a primeira condenação e está detida na penitenciária de Rebibbia, em Roma.

O advogado Fabio Pagnozzi, que representa a parlamentar, afirmou que a decisão evidencia um viés "político" no processo contra Zambelli e que recorrerá na Suprema Corte italiana. "O governo brasileiro vem forçando muito as autoridades para que esse processo da Carla seja mais rápido, mais doloroso, porém acreditamos muito na Corte Superior da Itália, onde vão aceitar os fundamentos da defesa", disse o defensor. 

Zambelli foi condenada pelo quê?

Zambelli foi condenada duas vezes pelo STF. A primeira condenação foi em maio, por ter coordenado invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para emitir um mandado de prisão falso contra o ministro da Corte Alexandre de Moraes. Após a condenação, a parlamentar fugiu do País. Ela foi presa na Itália em 29 de julho.

De acordo com as investigações, Zambelli foi a autora intelectual da invasão ao sistema do CNJ, para emissão de um mandato falso de prisão contra Alexandre de Moraes. Segundo as investigações, o hackeamento foi executado por Walter Delgatti, que também foi condenado e confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar.

Neste mês, quando já estava detida na Itália, a parlamentar foi condenada mais uma vez pelo Supremo, por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, pelo episódio ocorrido na véspera do segundo turno das eleições de 2022, quando Zambelli perseguiu um homem no bairro Jardins, em São Paulo, empunhando uma arma.

Após a fuga para a Itália, o governo brasileiro solicitou a extradição da deputada para o Brasil. O pedido de extradição de Carla Zambellifoi oficializado no dia 11 de junho pelo STF. Em seguida, o pedido foi enviado pelo Itamaraty ao governo italiano. O processo de extradição de Zambelli pode durar de um ano e meio a dois anos.

 

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