Anderson Torres no julgamento de Bolsonaro: quem é e quais crimes é acusado
O ex-ministro da Justiça é um dos réus julgados com o ex-presidente; saiba quem é Anderson Torres e entenda os crimes de que ele é acusado
23:45 | Ago. 28, 2025
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal, é um dos sete réus julgados com o ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O julgamento acontece pela investigação de uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o resultado das eleições de 2022.
O caso será apurado e analisado pela Primeira Turma do STF a partir do dia 2 de setembro, terça-feira. A previsão é de acabar no dia 12, mas pode mudar, a depender da duração do julgamento.
Quem é Anderson Torres
O ex-ministro de Justiça no governo Bolsonaro e ex-secretário de segurança pública do DF, é um dos aliados do ex-presidente.
Mesmo não estando presente no 8 de janeiro, Torres teve participação nos ataques golpistas à sede dos Três Poderes.
No mesmo mês do episódio, foi preso, tendo a sentença revogada três meses depois, em maio, por determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes, o relator da apuração do acontecido.
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A investigação do golpe aponta Anderson como uma das figuras centrais da trama golpista. Seu papel teria sido a sua contribuição ativa para a insurreição popular, com acusações que envolvem suporte jurídico e intervenção nas forças policiais.
Confira os crimes pelos quais será julgado:
- Disseminação de desinformação sobre o sistema eleitoral, como o funcionamento de urnas eletrônicas;
- Articular o direcionamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para o Nordeste, região conhecida por marcar o mapa eleitoral com votos para o Partido dos Trabalhadores (PT), no segundo turno das eleições;
- Negligência como chefe de segurança na data dos atos golpistas do 8 de janeiro, não estando em Brasília: também respondendo por omissão em relação aos procedimentos de segurança durante o ocorrido;
- Localização de uma minuta para impedir a posse de Lula: constava um decreto para instaurar estado de defesa e reverter o resultado das eleições. O documento foi encontrado na sua casa durante operação de busca e apreensão a respeito do ataque.
Durante o episódio golpista em Brasília, Torres estava nos EUA, numa viagem em família, planejada meses antes. Depois de saber da ordem de prisão dada por Moraes, no retorno da viagem, afirma ter perdido o celular. A defesa nega o extravio e alega o fornecimento do acesso integral às contas de nuvem.
Todos os réus serão julgados pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, golpe de Estado, danificação de patrimônio tombado e dano qualificado pela violência e ameaça grave.