Ciro fala como candidato ao Governo pela primeira vez, mas desconversa sobre deixar o PDT
Questionado se deve postular o Abolição, o ex-ministro declarou que é "um homem de luta" e que "a tarefa agora é unir todos os cearenses"
20:11 | Ago. 15, 2025
O ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) falou como candidato ao Governo do Estado pela primeira vez desde que seu nome passou a ser apontado com potencial concorrente à sucessão de Elmano de Freitas em 2026.
“Pode dizer, tem lá o Ciro, tem lá o Roberto Cláudio (entre nomes cotados). Eu, por exemplo, voto no Roberto, está mais novo. Mas cada um tem que assumir o compromisso de fazer o que for necessário fazer”, discursou durante coletiva nesta sexta-feira, 15, antes da festa de aniversário de 50 anos do ex-prefeito de Fortaleza.
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Questionado se deve postular o Abolição, o ex-ministro declarou que é “um homem de luta” e que “a tarefa agora é unir todos os cearenses”.
Ao lado de deputados estaduais e federais do PL e do União Brasil, a exemplo de Silvana Oliveira, André Fernandes, Jaziel Pereira e Sargento Reginauro, Ciro admitiu que “não é fácil superar nossas diferenças”.
“Nós somos de grupos diferentes, temos histórias diferentes, caminhadas diferentes, mas se amamos o Ceará verdadeiramente, temos de enfrentar, à luz do dia, na frente do nosso povo, e tentar ou resolver ou colocar de lado nossas diferenças para que possamos salvar o Ceará”, declarou.
Além da bancada bolsonarista ou de direita, também estiveram presentes na agenda os parlamentares do PDT que fazem oposição a Elmano, entre os quais Queiroz Filho.
Ainda no PDT, Ciro evitou, no entanto, cravar se deve deixar de fato o partido e se filiar ao PSDB ou se vai continuar na agremiação trabalhista.
O Ferreira Gomes chegou a ser provocado a falar sobre a reunião que teve com o ex-ministro Carlos Lupi no dia anterior, mas também se esquivou de tratar do assunto diretamente.
Dentro do tucanato local, o retorno do ex-presidenciável à sigla social-democrata é considerado como certo. A intenção é apresentá-lo para a briga pelo Governo ano que vem.
Mas Ciro foi cauteloso em relação ao tema. Sem descartar sua saída, mas tampouco confirmá-la, lembrou que é vice-presidente nacional do PDT e criticou suposta tentativa de tomar o partido, levando-o para a base petista no estado.
A esse respeito, o trabalhista fez duros ataques ao bloco governista, ao qual atribuiu investida para inviabilizar sua candidatura ao Abolição, reiterando disposição para entrar na corrida eleitoral.
De acordo com Ciro, toda a movimentação para acomodar o PDT no arco do bloco liderado pelo ministro Camilo Santana (Educação) e pelo prefeito Evandro Leitão, por exemplo, teria a intenção de dificultar o lançamento do seu nome ao Executivo.
Por suas respostas na coletiva ou depois, a um e outro interlocutor, não ficou claro, todavia, se o pedetista estaria decidido a desembarcar da agremiação ou se pretende continuar nas fileiras trabalhistas, travando queda de braço interna por espaço num momento em que o PDT se inclina a apoiar Elmano e Evandro.
No mesmo dia em que se encontrou com Ciro, por exemplo, Lupi, que é dirigente nacional pedetista, também manteve rodada de conversa com vereadores da legenda, dando aval para o grupo seguir com as tratativas com as gestões petistas.
A reportagem do O POVO tentou contato com Carlos Lupi para comentar declarações de Ciro Gomes, mas não houve retorno.