Eduardo Bolsonaro ataca Tarcísio por reunião com empresários: 'Subserviência servil as elites'
Em postagem na rede social X, o filho do ex-presidente disse que há um "regime de exceção" no país acusou o governador de São Paulo de "subserviência servil"
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente reside nos Estados Unidos e articulou as tarifas com o governo Donald Trump, intensificou ataques ao governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos) nesta terça-feira, 15.
Eduardo acusou Tarcísio de demonstrar uma “subserviência servil às elites”, ironizando a busca por diálogo com a embaixada americana no intuito de negociar alternativas ao impacto econômico da tarifação de 50% anunciada pelo Governo dos Estados Unidos. Na rede social X, ele afirmou que, se o governador realmente defendesse os interesses nacionais, priorizaria a anistia ao seu pai, Jair Bolsonaro, ao invés de tentar negociar condições comerciais.
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“Prezado governador Tarcísio de Freitas, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades. Mas como, para você, a subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda”, afirmou o parlamentar licenciado. O governador é hoje o bolsonarista com mandato mais relevante.
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A manifestação de Eduardo foi uma reação à reunião do governador com empresários paulistas no Palácio dos Bandeirantes. Ele já havia desagradado o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro ao se encontrar com o encarregado de negócios dos EUA, Gabriel Escobar, para buscar soluções para o setor industrial local. A iniciativa foi vista por Eduardo como tentativa de costurar acordos paralelos, sem envolvimento dele diretamente, causando a reação do líder bolsonarista.
Além de acusar Tarcísio de favorecer elites, Eduardo classificou a ação do governador como “um desrespeito comigo” e afirmou que ele deveria apoiar mais veementemente o movimento por retaliações contra o Supremo Tribunal Federal (STF), como a suspensão do ministro Alexandre de Moraes por via das tarifas. Para o deputado, apenas medidas duras e simbólicas poderiam reverter o que ele chama de “regime de exceção”.
Tarcísio, por sua vez, respondeu afirmando que a prioridade dele é cuidar dos interesses de São Paulo — especialmente dos setores industriais, aeronáuticos, de máquinas, agronegócio, empreendedores e trabalhadores. Em entrevista à CNN Brasil, ele destacou que busca com seriedade diálogo com os EUA para mitigar prejuízos ao mercado paulistano.
O confronto revela fissuras na base bolsonarista. Enquanto Eduardo aposta em uma postura beligerante e alinhada com Trump, Tarcísio sinaliza por um caminho mais institucional e voltado ao pragmatismo econômico.
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