Ida de Ciro à Alece incomoda deputados da base de Elmano: "Egocentrista"
O ex-governador do Ceará participou de encontro com a bancada da oposição visando o cenário eleitoral de 2026
A ida do ex-governador Ciro Gomes (PDT) à Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) repercutiu bastante na tribuna do Plenário 13 de Maio. O pedetista participou de café da manhã com a bancada da oposição e falou de união para "salvar o Ceará".
Após o momento, ele foi acompanhado dos novos aliados ao Plenário da Casa, onde foi saudado pelo deputado estadual Nizo Costa (PT) que usava da palavra, citando o "currículo invejável" de Ciro. Porém, outros petistas criticaram o ex-ministro.
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De Assis Diniz (PT) citou que o dia ficou para a história em razão das declarações do pedetista, que ele chamou de "egocentrista" e que estaria dando um "abraço da morte" com nomes do bolsonarismo, além de desafiar a dizerem cinco obras de Ciro no Ceará.
"Hoje, ver, ler as declarações do ex de tudo, é o abraço da morte dado pelo egocentrista Ciro Gomes. Eu dou um desafio de hoje até o dia de amanhã, apontem cinco obras que o Ciro fez no Ceará. Você vai rodar e vai encontrar apenas o Eixão das Águas. Pra vir dizer que vem salvar o Ceará. Ah, Leonel Brizola. Se incomoda com o PDT que esteve na trincheira da luta pela democracia se aliar ao fascismo. É algo que nos preocupa", declarou.
Prosseguiu: "E hoje ficará para a história (...) Nós sabemos que o egocentrismo, que leva a esta visão, ela é a morte anunciada porque nós temos é trabalho. Registre a história porque a história adora a traição, mas não perdoa o traidor".
Já o líder do Governo Elmano de Freitas (PT) na Alece, o deputado estadual Guilherme Sampaio (PT), disse que poderiam ressuscitar "quem quiserem" que o bloco governista está preparado para derrotar.
"Podem ressuscitar quem quiserem. Nós estamos preparados. Podem tentar trazer de volta, trazer para o Ceará semente de fascismo, nós vamos derrotar com apoio do Estado do Ceará e dos partidos que constroem a base de sustentação desse projeto político", afirmou.
Em outro momento, Guilherme disse que o que precisa ser salvo é o Ceará do retrocesso e que o atual projeto político encabeçado pelo PT tem o respaldo da população. Ele declarou que Ciro ficou "refém do próprio ego".
"O que a gente precisa salvar o Ceará é do risco de retrocesso. Felizmente esse projeto político está consolidado, respaldado por eleições seguidas com aval do povo cearense. Lamentavelmente, essa liderança (Ciro) se desmilinguiu por méritos próprios. Digo isso com muita pena, porque o Ciro poderia ter sido muita coisa, lamentavelmente ficou refém do próprio ego", destacou.
Aliados defendem Ciro
Lucinildo Frota (PDT) defendeu o seu correligionário, dizendo que já esperavam a repercussão do bloco governista após movimento de Ciro, inclusive podendo disputar a eleição para governador, além de dizer que a atual gestão não tem marca.
"Essa cena do deputado De Assis era esperada. Nós imaginávamos como o (Palácio da) Abolição estivesse após a vinda do ex-ministro depois que foi ventilada a possibilidade do ex-governador ser candidato novamente a governador. Atacar dessa forma o grande homem-público mostra o desespero do Governo do Estado. Mostra o desespero porque é um governo Elmano de Freitas que não tem marca", afirmou.
Em linha semelhante, Queiroz Filho (PDT) declarou que a base estadual "sentiu" e destacou feitos de Ciro quando foi governador.
"Sentiram total. Tanto que estão aqui na tribuna pra criticar um cara que veio aqui e que nos falou pontos, ideias, não criticou ninguém, não falou de ninguém. Aí a turma vem atacar. Quem é que fez a transposição? Quem é que ganhou prêmio da ONU pela queda da mortalidade infantil? A modernização administrativa que ele fez? A gente deve muito ao Ciro, a todo um ciclo que se inicia desde o Tasso", disse.