O que se sabe sobre a cirurgia emergencial de Lula após hemorragia intracraniana
Lula passa por cirurgia e deve ficar 48h sob observação na UTI; cirurgia é realizada 52 dias após queda no Palácio do PlanaltoO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi submetido à cirurgia após sofrer hemorragia intracraniana nessa segunda-feira, 9. Conforme boletim médico, a hemorragia é “decorrente do acidente domiciliar sofrido” pelo petista no último 19 de outubro, quando o chefe do Executivo sofreu queda no banheiro do Palácio do Planalto.
Na noite dessa segunda, 9, Lula apresentou dor de cabeça e foi encaminhado ao hospital Sírio-Libanês, unidade Brasília, para realizar exame de imagem, que detectou o hematoma. O presidente foi transferido para a unidade de São Paulo do hospital, onde realizou a craniotomia para drenagem de hematoma.
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Conforme boletim médico divulgado pela instituição hospitalar, divulgado na madrugada desta terça-feira, 10, “a cirurgia transcorreu sem intercorrências” e “no momento, o presidente encontra-se bem, sob monitorização em leito de UTI”.
Como foi o acidente de Lula que o levou a realizar a cirurgia?
Lula estava no banheiro da residência oficial, no Palácio do Planalto, quando sofreu queda e precisou ser encaminhado à unidade hospitalar do Sírio-Libanês, em Brasília, no último 19 de outubro. O acidente doméstico causou um “ferimento corto-contuso na região occipital”, conforme boletim médico, e o presidente precisou levar cinco pontos na lesão.
O machucado envolve corte e contusão na região de trás da cabeça, na nuca, e pode variar de leve a grave.
À época, o presidente foi orientado a suspender viagens aéreas de longa distância e, por isso, não participou da cúpula do Brics, realizada em Kazan, na Rússia, de 22 a 24 de outubro. O chefe do Executivo teve autorização para exercer demais atividades.
Devido a queda, o petista precisou voltar cinco vezes ao hospital para acompanhar evolução do hematoma e reavaliações, conforme divulgação dos boletins médicos. Dois dias após o acidente, Lula foi submetido a exame de imagem, que atestou estabilidade em seu estado de saúde e que o presidente já estava apto para voltar a exercer sua rotina de trabalho.
No fim de outubro, em retorno para nova avaliação de imagem, os resultados foram estáveis. “O presidente persiste sem quaisquer sintomas, devendo manter o acompanhamento clínico e realizar novo controle de imagem em três dias”, consta nas informações divulgadas pela equipe médica em 31 de outubro.
No início de novembro, no dia 3, Lula voltou ao hospital para repetir exames, que apresentaram também estabilidade em relação aos anteriores. O Presidente continuou sem sintomas. Na última avaliação divulgada por meio de boletim médico, em 10 de novembro, o petista manteve a estabilidade e a ausência de sintomas.
O presidente estava de volta às suas atividades cotidianas, com 22 dias depois do ocorrido, já estava praticando atividades físicas. Após 52 dias da queda, o presidente manifestou dores de cabeça e foi encaminhado ao hospital.
O que aconteceu antes da cirurgia?
João Paulo Biage, correspondente O POVO em Brasília, apurou que Lula passou mal nessa segunda no início da tarde, com dor de cabeça que foi evoluindo. Durante uma reunião com Arthur Lira (Progressistas) e Rodrigo Pacheco (PSD), a dor teria sido mais forte. O presidente teria comunicado à equipe e foi encaminhado para realizar ressonância no Sírio-Libanês de Brasília. Em seguida, foi conduzido para São Paulo, onde realizou a cirurgia.
Conforme o deputado federal cearense José Guimarães (PT), líder do governo na Câmara, em entrevista ao programa O POVO News, 1ª edição, desta terça-feira, 10, que estava também em reunião com o chefe do Executivo nacional, “o presidente pediu permissão porque estava sentindo dores na cabeça e precisava fazer os exames. E assim foi feito”.
O que causou a dor de cabeça de Lula?
Em explicação sobre como ocorreu a hemorragia meses após a queda, mas relacionada com ela, os médicos disseram, em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 10, que o hematoma fica entre duas folhas da meninge, membranas que cobrem e protegem o cérebro e que, durante a recuperação, há uma luta entre cicatrização e expansão do hematoma.
“O hematoma absorve líquido. Na hora que ele absorve, quando ele vai virar aquele sangue pisado, mais liquefeito, ele expande um pouco. Na hora que ele expande, ele estira vasos que ligam uma parte da meninge à outra. Esses vasos estiram e podem se romper. Aí faz um sangramento em outro tempo”.
Durante o processo de cura do machucado, é comum haver pequenos sangramentos, mas devido a essa absorção de líquidos, o presidente acabou sofrendo um sangramento agudo, resultando em hemorragia.
Qual o estado de saúde do presidente?
Ainda segundo os médicos na coletiva de imprensa, que passaram atualizações sobre o quadro de saúde do presidente, o chefe do Executivo Nacional deve ficar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por 48 horas em observação. Ainda segundo a equipe médica, o petista “está bem” e “está se alimentando”.
Importante ressaltar, conforme os médicos, que a “lesão foi fora do cérebro e foi totalmente drenada”, afirmaram.