Quem é Cabo Sabino, ex-deputado condenado por liderar motim da PM
Ele se projetou como aliado de Capitão Wagner, na liderança da paralisação em 2012. Elegeu-se deputado federal pela oposição, aproximou-se do governo Camilo Santana, até ir para a postura radicalizada em 2020
O Conselho Permanente de Justiça Militar condenou o ex-policial militar Cabo Sabino a 9 anos e quatro meses de prisão, por liderança de motim no 18º Batalhão de Polícia Militar, no bairro Antônio Bezerra, em fevereiro de 2020. Além de ex-integrante da PM, Sabino integrava a vida política, tendo sido deputado federal e candidato a vereador.
Cabo Sabino é natural de Quixadá, no Sertão Central cearense. Ele exerceu mandato de deputado federal de 2015a 2019. Elegeu-se pelo PR, atual PL. No mandato, chegou a presidir a Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência.
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Em 2018, concorreu novamente a deputado federal, desta vez pelo Avante. Obteve 47.010 votos, mas não se reelegeu. No mesmo ano assumiu a presidência da sigla no Ceará e, depois, foi vice-presidente estadual do partido.
Projetou-se como aliado de Capitão Wagner na liderança do motim policial na virada de 2011 para 2012. Em 2014, elegeu-se em dobradinha com Wagner, que naquele ano se tornou deputado estadual, ambos pelo PR.
No mandato, embora eleito pela oposição, Sabino aproximou-se do governo Camilo Santana (PT), a quem fez muitos elogios. "Eu acho um bom governo, e a oposição chore do jeito que quiser chorar ou me critique como quiser me criticar, mas eu tenho posicionamentos pessoais, e isso eu não vou mudar nunca. Não é porque eu sou do bloco de oposição que eu vou dizer que é um governo que não presta", disse em 2017.
Após não conseguir se reeleger, aderiu a postura extremista ao liderar o maior motim da história da polícia cearense, que durou 13 dias, entre 18 de fevereiro e 1º de março de 2020. O ex-deputado federal liderou o grupo de amotinados que se concentraram no 18º Batalhão de Polícia Militar, no bairro Antônio Bezerra. Ele foi contrário à proposta que acabou aceita de encerrar o movimento sem anistia.
"A maioria decidiu, mas vocês acabaram de assinar a minha demissão (da Polícia Militar). Eu não tenho dúvida", disse na ocasião, prevendo as puniões que viriam.
Ainda naquele ano, Sabino chegou a disputar cadeira na Câmara Municipal de Fortaleza. Com 2.589 votos e não foi eleito.
A expulsão prevista por ele próprio ocorreu em 2021.