Após chamar Padilha de "incompetente", Lira diz que poderia ter "adjetivado melhor ou pior"

O deputado federal não chegou a se retratar das declarações. A insatisfação não se estende ao presidente Lula

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), comentou sobre às críticas direcionadas por ele ao ministro das Relações Institucionais do Governo Lula, Alexandre Padilha. No início do mês, Lira chamou o ministro de “incompetente” e de “desafeto pessoal”. O deputado federal não chegou a se retratar das declarações, mas disse que poderia ter utilizados adjetivos “melhores ou piores” nesta situação.

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"Eu poderia ter adjetivado melhor ou pior, sou humano, posso errar e posso acertar, mas a política para mim precisa ser reta, clara, nada por trás", afirmou, em entrevista ao jornalista Pedro Bial, na TV Globo.

Lira reforçou às críticas à articulação do Governo Lula, que, segundo ele, “não funciona”. “Se você prestar atenção, há um esforço muito grande para que as matérias cheguem maduras ao plenário", disse.

Sobre o futuro, o deputado disse que tratará das relações com Padilha com cautela, mas não entrou em grandes detalhes. “[O Padilha] Fez várias [coisas que me desagradaram]. Mas vamos tratar isso com muito cuidado, muita cautela”, se limitou a dizer. Lira ainda negou que usará CPIs para pressionar o Governo, conforme anunciado por ele anteriormente.

Sobre as falas de Lira, em tom conciliatório, Padilha disse, nesta segunda-feira, 22, que haverá uma dupla entre governo federal e Congresso Nacional este ano e que ele está aberto a conversar com parlamentares da base ou da oposição.

Lira elogia Lula, apesar das críticas ao Governo

A insatisfação com o Governo, no entanto, não se estende ao presidente da República, citado por Lira como um “político que se preocupa com a equiparação de nível, de crescimento da população. "Isso é o que move as conversas. Não tenho do que me queixar com a relação com Lula”, disse.

Na entrevista, o presidente da Câmara ainda disse que Lula tem o cenário mais favorável para governar desde que o deputado assumiu o cargo, em 2021.

"Se você olhar três anos de trabalho meu para frente: qual pauta-bomba foi pautada, qual instabilidade [ocorreu na transição] de um governo para outro? Não há nenhum governo desde que entrei na presidência da Casa que tenha tido melhores condições de governar o País", afirmou Lira.

Como exemplo, o deputado citou a aprovação da reforma tributária, no ano passado. A boa relação com a gestão petista ocorre, segundo ele, a despeito dos desacertos com o ministro de Relações Institucionais.

Declarações de Lira atenuaram tensões entre Congresso e Executivo

As declarações de Lira contra Padilha geraram debates sobre as relações entre Congresso e Executivo. As falas teriam sido provocadas, dentre outras questões, devido à votação sobre a manutenção da prisão de Chiquinho Brazão, acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Houve uma articulação no Congresso para que a prisão fosse anulada, o que acabou não acontecendo, com Chiquinho sendo mantido preso. Na ocasião, circularam boatos de que Lira se enfraqueceria com a manutenção da prisão.

Na entrevista à TV Globo, o deputado negou que esse teria sido o estopim, mas se recusou a detalhar mais sobre os motivos que o levaram às críticas a Padilha.

Apesar disso, as declarações públicas contra o ministro partiram desse fato. Lira atribuiu as notícias sobre sua articulação no caso Brazão ao Governo, mais especificamente a Padilha. "(A notícia) foi vazada do governo e, basicamente, do ministro Padilha, que é um desafeto além de pessoal, incompetente", declarou o deputado.

Após, o presidente da Câmara comunicou a decisão de abrir até cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) das oito que aguardam instalação. Estas seriam todas relacionadas a temas de interesse da oposição do Governo.

Lula se reúne com Lira e cobra ministros

Lula chegou a se reunir com Lira neste domingo, 21, mas não confirmou o assunto do encontro. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), disse que o mandatário deve priorizar o diálogo com o presidente da Câmara dos Deputados

Além disso, nesta segunda-feira, 22, Lula cobrou resultados de ministros, publicamente. O mandatário pediu que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), seja mais “ágil”. Ele também cobrou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, "deixasse de ler livros e utilize o tempo para discutir com parlamentares".

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