Além de estadia em embaixada, Bolsonaro já disse que "poderia muito bem estar em outro país"

Em ambas as ocasiões - a estadia e a declaração de possibilidade de saída - ex-presidente já estava proibido de ir ao exterior

Mesmo antes da descoberta de sua estadia na embaixada da Hungria no Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já havia insinuado que poderia viajar para o exterior se quisesse - ainda que estivesse proibido de fazer isso. Em 16 de março, em meio a investigações da Polícia Federal, ele chegou a dizer que encarava todas as investigações da Polícia Federal em solo brasileiro por escolha.

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"Poderia estar muito bem em outro país. Preferi voltar para cá [Brasil] com todos os riscos que corro. Não tenho medo de qualquer julgamento, desde que os juízes sejam isentos", disse Bolsonaro, no lançamento da pré-candidatura do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) à Prefeitura do Rio de Janeiro.

Nesse período, o ex-presidente já estava proibido de sair do País, tendo em vista que a apreensão do passaporte pela PF se deu em 8 de fevereiro. Ainda assim, dias depois ele se abrigou na embaixada da Hungria no Brasil, conforme divulgado, nos últimos dias, pelo jornal The New York Times.

A estadia durou dois dias (12 a 14 de fevereiro) e, conforme sugere o jornal, ocorreu como uma “fuga da justiça", já que o ex-presidente não pode ser preso em uma embaixada estrangeira: esses espaços estão fora do alcance das autoridades nacionais.

Em defesa, representantes de Bolsonaro disseram que a hospedagem ocorreu para que o ex-presidente mantivesse “contatos com autoridades do país amigo”. “Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, diz a defesa de Bolsonaro.

A Polícia Federal investigará a hipótese de asilo político e manobra diplomática. Enquanto isso, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), abriu prazo de 48 horas para que o ex-presidente Jair Bolsonaro esclareça sua permanência na embaixada.

Diversas investigações da PF rodeiam Bolsonaro, mas a responsável pela apreensão de seu passaporte foi a Tempus Veritatis, deflagrada por Moraes. São apurados crimes de tentativa de golpe de estado e abolição do Estado Democrático de Direito, depois das eleições de 2022.

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