Cascavel: bloqueada no WhatsApp do prefeito, vice Paulinha Dantas anuncia pré-candidatura

Dantas é rompida com o atual gestor, Tiago Ribeiro (PT), desde janeiro deste ano, quando houve a suspensão de todos os serviços públicos do município

A atual vice-prefeita de Cascavel - a 62,9 km de Fortaleza -, Paulinha Dantas (Podemos), lançou sua pré-candidatura à Prefeitura da cidade para o pleito de 2024. Ela é rompida com o atual gestor, Tiago Ribeiro (PT), desde janeiro deste ano, quando as divergências entre Executivo e Legislativo levaram à suspensão de todos os serviços públicos do município.

“São 12 anos de muito conhecimento, dedicação e experiência. Tenho ciência de todos os problemas e desafios que a cidade enfrenta. O que me torna ainda mais capaz de gerir com excelência e competência esse município tão importante no estado do Ceará”, afirmou a pré-candidata, em nota.

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Dantas manteve por três ocasiões uma aliança política com o grupo de Ribeiro: foi vice em uma gestão de Tiago (2020-2024) e duas outras em governos do pai dele, o ex-prefeito Tino (2000-2008). No entanto, ela defende que os conflitos na relação entre o Executivo e o Legislativo fazem com que “a população sempre perca” e, assim, resolveu tomar a decisão do rompimento. Além disso, citou outros motivos.

“À medida em que o prefeito, sem nenhuma razão, me bloqueia em seu Whatsapp, quando eu sou maltratada ao levar reivindicações para conhecimento dele; quando o próprio pai decide sair da gestão; quando o prefeito retira meu nome das placas de inauguração, me faz acreditar que ele esteja dando prioridade a um sucessor que seja subserviente a ele, querendo um terceiro mandato” , afirmou ao O POVO.

Essa não é a primeira vez que os dois representantes do Executivo de Cascavel competem em lados opostos. Em 2019, Paulinha disputou contra Tiago Ribeiro uma eleição suplementar na cidade, realizada após a cassação, por abuso do poder econômico e político, dos mandatos da prefeita Francisca Ivonete Mateus Pereira e do vice-prefeito de Waltemar Matias de Sousa.

Na ocasião, Tiago venceu o pleito e, no ano seguinte, se uniu com Paulinha em uma chapa para a Prefeitura, também saindo vencedor. Nas eleições de 2024, ele não compete, devendo apoiar outro nome na disputa, ainda não anunciado. O prefeito foi contatado para essa matéria, que será atualizada quando obtivermos retorno.

Serviços são suspensos em Cascavel pela não aprovação da LDO

A situação da suspensão de serviços ocorreu em janeiro deste ano. Até aquele momento, o município não contava nem com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) nem com o Orçamento para 2024 aprovados pela Câmara. Assim, o prefeito Tiago Ribeiro (PT) anunciou a interrupção do funcionamento das repartições públicas.

O bloqueio ocorreu por conflitos entre a Prefeitura e o Legislativo, presidido por Priscila Lima (Cidadania). Um acusou o outro de manobra. Na ocasião, o prefeito afirmava que não havia problema financeiro: a Prefeitura tinha dinheiro, mas não podia realizar gastos por questão legal.

Após a suspensão, Priscila disse que o gestor já usou métodos parecidos outras vezes. "Ele sempre faz isso, causa uma pressão, um tumulto, uma calamidade no Município, para que os vereadores se pressionem a fazer o que ele quer, na hora que ele quer, do jeito que ele quer". Ela se referiu à atitude do chefe do Poder Executivo como "manobra horrorosa, medíocre do prefeito".

Em defesa, o prefeito disse que não tinha opção além de suspender os serviços. "Não posso fazer nenhuma despesa. Se o Município fizer qualquer despesa decorrente do ano de 2024, a gente pode incorrer no crime de responsabilidade de acordo com o decreto-lei 201. Isso é uma situação muito sui generis, isso não ocorre".

A LDO, que define os parâmetros com base nos quais o Orçamento é formulado, e a LOA haviam sido votadas e rejeitadas duas vezes na Câmara em 2023 na época.

No dia 16 de janeiro, o imbróglio foi resolvido pelos vereadores, em uma sessão sem a presidente. As leis foram sancionadas pelo prefeito e encaminhadas ao Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE).

Após isso, Priscila Lima ainda alegou conluio. A iniciativa, segundo ela, foi articulada para que ela e o presidente das comissões, vereador Augusto Filho (Patriota), não participassem. “A Câmara fecha meio dia, então foi tudo pensado, realmente, para a presidente não estar, para o presidente das comissões não estar, e os demais vereadores. Um ato absurdo, um ato ilegal e um ato de desespero, pelo que eu vejo”, disse ao O POVO.

 

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