Ex-comandante do Exército e general cearense divergem sobre reunião golpista com Bolsonaro
O cearense Estevam Theophilo prestou depoimento de mais de cinco horas e meia na sede da PF, em Fortaleza
O ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes e o general cearense Estevam Theophilo Gaspar deram informações conflitantes nos depoimentos que prestaram à Polícia Federal sobre a reunião golpista com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Enquanto o ex-comandante disse que apenas autorizou a ida do oficial ao encontro, o cearense afirmou que recebeu uma ordem do então comandante para comparecer. O militar prestou depoimento em Fortaleza por mais de cinco horas e meia.
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Conforme apurações do O Globo, Freire Gomes teria relatado à PF que permitiu a ida de Theophilo por, supostamente, existir uma convocação de Bolsonaro. No depoimento, ele alegou que não havia como "impedir" a ida do subordinado, autorizando a presença de Theophilo sob a orientação de tratar apenas de suas atribuições.
Na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou operação da PF contra aliados de Bolsonaro, Estevam Theophilo teria concordado em ir adiante com medidas que resultariam no golpe de Estado, desde que o então presidente assinasse a minuta que avalizasse a empreitada.
Em 9 de dezembro de 2022, Estevam Theophilo se reuniu com o então presidente no Palácio da Alvorada. Conforme os diálogos vistos no celular de Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro, ele teria aderido ao projeto golpista.
O Comando de Operações Especiais (COpESP) seria arregimentado e liderado por Estevam Theophilo para efetuar a prisão do ministro Alexandre de Moraes assim que a minuta fosse assinada. Os militares desta área especial são chamados "kids pretos".
A aspiração golpista não contava com a adesão do general Freire Gomes, comandante do Exército, razão pela qual este foi chamado de "cagão" pelo ex-ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro. O adjetivo foi usado por Braga Netto em conversa com Ailton Gonçalves Barros, capitão reformado do Exército.
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