Investigado pelo MPCE, Carlomano renuncia ao cargo de prefeito de Pacatuba

Ele afirma que tomou a decisão para garantir o seu "direito de ir e vir", podendo assim voltar a acessar espaços públicos e privados da cidade, como um "cidadão comum"

Carlomano Marques (MDB), prefeito afastado de Pacatuba, apresentou ao presidente da Câmara do município uma carta renunciando ao cargo. Alvo de investigações do Ministério Público do Ceará (MPCE), o politico anunciou a decisão nesta quinta-feira, 8, por meio de um vídeo nas redes sociais. 

Na gravação, ele afirma que tomou a decisão para garantir o seu "direito de ir e vir", podendo assim voltar a acessar espaços públicos e privados da cidade, como um "cidadão comum". A carta também foi apresentada ao juiz de Direito da 1ª Vara de Pacatuba.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

"Aí você vai dizer, 'como assim?'. É porque eu preciso da minha liberdade. Quer dizer, hoje, por motivos que me fogem à explicação, eu não posso ir, por exemplo, eu não posso frequentar uma escola da Pacatuba, eu não posso frequentar um posto de saúde ", disse durante o vídeo. 

Carlomano, oito secretários, funcionários, ex-gestores e empresários foram presos em abril de 2023, durante a Operação Polímata. Eles foram acusados de fraude nas dispensas de licitação em secretarias e órgãos da Prefeitura, que teriam ocorrido no período de 2021 e 2022.

Na época, o MPCE identificou R$ 19 milhões em despesas sem licitação para atividades diversas e Carlomano foi encontrado portando R$ 300 mil em espécie. A investigação ainda apontou "lavagem de dinheiro e incapacidade técnica, operacional e patrimonial das empresas contratadas para a realização dos serviços".

A Justiça afastou Carlomano da função de prefeito por 180 dias e determinou o encerramento imediato dos contratos da Prefeitura com empresas e pessoas físicas investigadas. Em outubro do mesmo ano, ele e demais agentes públicos tiveram a suspensão do cargo na prefeitura prorrogada por mais 180 dias.

Na decisão, a desembargadora Vanja Fontenele Pontes relatou que há “existência de robustos indícios de participação do gestor Carlomano Gomes Marques nas condutas ilícitas sob apuração”, justificando o afastamento do prefeito alvo da Justiça como necessário para a continuidade da investigação.

Em gravação publicada em seu perfil no Instagram, Carlomano lamentou estar afastado há dez meses e apontou estar vivendo uma "angustia". Segundo ele, o sentimento é associado ao fato de que, durante os meses em que está sendo investigado, não ser apontado nem como "culpado" e nem como "inocente".

"Infelizmente a Justiça, de uma maneira ao meu ver insensata, resolveu me afastar. Afastar Carlomano Marques da cadeira de prefeito de Pacatuba, me arrancar da cadeira de prefeito que o povo me colocou (...) Você não queira saber a minha dor, o meu sofrimento, as minhas angústias", disse em vídeo. 

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar