Parlamentares da esquerda e da direita repercutem operação contra Carlos Jordy

A Operação Lesa Pátria investiga pessoas que planejaram, financiaram e incitaram atos antidemocráticos ocorridos entre outubro de 2022 e o início do ano passado

Deputados ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiram à 24ª fase da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, que inseriu o deputado Carlos Jordy (PL) como alvo na investigação. A operação foi deflagrada na manhã desta quinta-feira, 18.

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A Operação Lesa Pátria investiga pessoas que planejaram, financiaram e incitaram atos antidemocráticos ocorridos entre outubro de 2022 e o início do ano passado.

De acordo com o inquérito, o parlamentar bolsonarista trocou mensagens com um grupo de golpistas no Rio de Janeiro e passou orientações sobre os atos antidemocráticos às sedes dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023.

Bolsonaristas em defesa de Jordy

O vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) utilizou as redes sociais para defender Jordy, afirmando que a operação contra o parlamentar ignora “solenemente a Constituição”.

“Ouvi o exposto pelo deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ). Seguindo sua linha de exposição mais uma vez ignora-se solenemente a Constituição e deflagra-se mais um capítulo do rumo assombroso para onde caminha o Brasil. Minha solidariedade à você, sua esposa e filhinha”, escreveu.

Além de Carlos Bolsonaro, o irmão dele, senador Flávio Bolsonaro (PL), se posicionou acerca da investigação classificando-a como uma “medida autoritária” do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

“A CF/88 protege parlamentares por suas opiniões para evitar, exatamente, o que está acontecendo com
@carlosjordy, óbvia perseguição política combinada com sorriso de vingança no canto da boca.
Quem não sabe conviver com as diferenças não está preparado para viver em democracia".

O ex-deputado estadual Douglas Garcia se solidarizou com Jordy e afirmou que a “ditadura no Brasil segue a todo vapor” e que a “oposição é brutalmente perseguida”.

O ex-secretário Especial de Cultura do governo Bolsonaro, deputado Mario Frias (PL), prestou apoio ao correligionário, dizendo ter visto o vídeo de Jordy afirmando ter sido acordado com um “fuzil na cara”.

“Nem bandidos são tratados assim. Nossa Constituição é rasgada todos os dias, e somente em uma "democracia relativa" essas coisas acontecem”, escreveu.

— MarioFrias (@mfriasoficial) January 18, 2024

A deputada Bia Kicis (PL) também classificou a investigação como o “maior ataque ao Parlamento e à democracia”.

A senadora Damares Alves (Republicanos) avaliou a iniciativa contra Jordy como “preocupante” uma vez que, segundo ela, ele está na mira da PF por “manifestações de opinião”.

O deputado Marcel Van Hattem (Novo) afirmou que a investigação não foi deflagrada contra Jordy diretamente, mas sim, “contra toda a oposição da qual ele é o líder e mais um ataque à democracia e ao Estado de Direito”.

Opositores defendem investigação e debocham de Jordy

Contrariando as reações de parlamentares bolsonaristas, os deputados aliados ao governo se posicionaram acerca da investigação que mira Carlos Jordy.

Nas redes sociais, o deputado André Janones (Avante) debochou da investigação ao publicar uma imagem de um cachorro da raça pinscher sendo acariciado por um homem com a seguinte legenda: “Imagens do bolsonarista Carlos Jordy na PF mostram que ele foi super bem tratado, ao contrário do que ele alega".

Além dele, a deputada federal Erika Hilton (Psol) associou a investigação ao meme da ex-deputada federal Joice Hasselmann.

“TOC, TOC, TOC. O Deputado Federal Carlos Jordy, líder bolsonarista da Câmara, acaba de receber um bom dia da Polícia Federal. A PF está fazendo busca e apreensão na casa e no gabinete dele em nova fase da Operação Lesa Pátria, que investiga a tentativa de golpe de 8 de Janeiro”, publicou Hilton em seu perfil no X, antigo Twitter.

 

No mesmo viés, o deputado Lindbergh Farias publicou um vídeo apontando que outros três deputados bolsonaristas já respondem a inquérito na Suprema Corte por atos golpistas, são eles: André Fernandes (PL-CE), Silvia Waiãpi (PL-AP) e Clarissa Tércio (PP-PE).

A deputada Jandira Feghali (PCdoB) apoiou a Operação Lesa Pátria, afirmando que “aqueles que financiaram e incitaram a tentativa de golpe terão que pagar pelas marcas que jamais serão apagadas da história do Brasil”.


A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, disse que, se o deputado estiver envolvido com os atos golpistas de 8 de janeiro, “tem que ser punido, inclusive com perda de mandato”.

"Se há indícios contra o deputado Jordy, têm de ser apurados, e, se ele estiver envolvido, tem de ser punido, inclusive com a perda do mandato. Eu não tenho dúvida de que o bolsonarismo e o próprio [ex-presidente Jair] Bolsonaro se envolveram nesses atos. Isso está sendo apurado e espero que logo esclarecido também”.

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