'Fui acordado com fuzil no rosto pela PF', diz Carlos Jordy; Polícia nega

A Operação Lesa Pátria investiga pessoas que planejaram, financiaram e incitaram atos antidemocráticos ocorridos entre outubro de 2022 e o início do ano passado

Após entrar na mira de investigação da Polícia Federal (PF), o deputado federal Carlos Jordy (PL), utilizou suas redes sociais para relatar o momento em que agentes da corporação chegaram à sua casa, na manhã desta quinta-feira, 18, para cumprir um mandado de busca e apreensão.

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No relato, Jordy diz ter sido acordado pelos policiais com “um fuzil no rosto”, a Polícia, no entanto, negou a acusação feita pelo deputado.

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“Não houve essa situação, ninguém apontou arma para ele", afirmou uma fonte da PF ao Correio Braziliense.

“Fui acordado hoje, às 6h da manhã, estava dormindo com a minha filha e com a minha esposa, e fui acordado com um fuzil no rosto pela Polícia Federal. Os agentes até foram bem educados, eles diziam que estavam fazendo o trabalho deles, mas, eu não sabia o que era”, disse Jordy em vídeo publicado no X, antigo Twitter.

A Operação Lesa Pátria investiga pessoas que planejaram, financiaram e incitaram atos antidemocráticos ocorridos entre outubro de 2022 e o início do ano passado.

De acordo com o inquérito, o parlamentar bolsonarista trocou mensagens com um grupo de golpistas no Rio de Janeiro e passou orientações sobre os atos antidemocráticos às sedes dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023.

PF encontrou mensagens de Carlos Jordy com foragido de invasão do 8/1

A Polícia Federal (PF) encontrou mensagens trocadas entre o deputado federal Carlos Jordy (PL) e um foragido da invasão do Congresso Nacional no dia 8 de janeiro de 2023.

O parlamentar, que é líder da oposição na Câmara dos Deputados, é alvo de investigação da Operação Lesa Pátria, deflagrada nesta quinta-feira, 18. A corporação obteve indícios de que Jordy atuou como orientador dos atos antidemocráticos que contestavam o resultado das eleições presidenciais de 2022, como bloqueios de rodovias e acampamentos em quartéis.

Os indícios encontrados foram utilizados como provas para deflagrar busca e apreensão contra o parlamentar. O interlocutor de Jordy se chamava Carlos Victor de Carvalho, um dos articuladores pela organização de atos golpistas em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.

Em uma das mensagens, Carvalho pede que Jordy dê uma ordem para o bloqueio de rodovias. O deputado, em resposta, pede para telefonar, por isso a PF não conseguiu obter o desfecho desse diálogo específico. A conversa, conforme a transcrição da PF, ocorreu no dia 1° de novembro de 2022.

Carvalho: Bom dia meu líder. Qual direcionamento você pode me dar? Tem poder de parar tudo.
Jordy: Fala irmão, beleza? Está podendo falar aí?

A Polícia Federal também sinalizou que o parlamentar manteve contato com Carlos Victor de Carvalho durante o período em que ele já tinha uma ordem de prisão em aberto e se encontrava foragido.

Conforme a investigação, Jordy contatou Carvalho por meio de chamada telefônica no dia 17 de janeiro. No dia 28, o interlocutor acabou sendo preso pela PF. Após apreender o celular de Carvalho, a corporação teve acesso às provas que o vincularam ao deputado.

Em outra conversa, Carlos Carvalho mencionou a proximidade que tinha com o deputado e dizia que seus contatos estavam conversando com Carlos Jordy acerca da posse do presidente Lula.

A PF também identificou um vídeo no qual Carvalho cita Jordy durante a invasão ao Congresso Nacional. Na gravação, uma pessoa com o rosto coberto afirma:

“Quem manda aqui é nós. É milhões, é milhões. Isso aqui não é bagunça, não. Jordy, avisa o povo de Nova Iguaçu e Mesquita que nós representa essa porra (sic)”.

Jordy utilizou as redes sociais para negar que teve alguma relação com os atos democráticos e disse que nunca incentivou apoiadores a realizarem movimentos contra o resultado das eleições.

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