Luizianne sobre relação política com Camilo: "Nunca me ajudou em nada"

Em entrevista exclusiva ao O POVO, Luizianne afirma disposição para eventual disputa de prévias contra Artur Bruno, Evandro Leitão, Guilherme Sampaio e Larissa Gaspar

Pré-candidata do PT à Prefeitura de Fortaleza, a deputada federal Luizianne Lins (PT) afirmou com exclusividade ao O POVO que a relação com o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), beira a inexistência. Ela ainda iria adiante sobre a convivência com o ex-governador do Ceará: "Nunca me ajudou em nada do ponto de vista político, assim, efetivamente."

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"É uma relação a ser construída, não sei nem dizer direito, porque, na verdade, eu estou onde eu sempre estive. Se houve alguma mudança de lugar, na política, não fui eu que mudei", complementou Luizianne. Aqui, ela reproduziu mesmo raciocínio exposto em discurso feito na plenária do deputado federal José Guimarães, líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, no auditório do Centro Universitário 7 de Setembro.

Ali, em 3 de dezembro, ela perguntou onde estavam alguns petistas nos momentos mais amargos da trajetória recente da agremiação, notadamente quando da deposição de Dilma Rousseff da Presidência, em 2016, e da prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2018, no âmbito da operação Lava Jato.

Foi o meio pelo qual ela separou petistas orgânicos de apoiadores fisiológicos ou ocasionais, aqueles cuja adesão a Lula e ao PT ocorre num momento conveniente: com o PT no Governo Federal e no Governo do Ceará. 

Luizianne disputa a condição de candidata do PT à Prefeitura de Fortaleza sobretudo com Evandro Leitão (PT), presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). Artur Bruno, assessor especial de assuntos municipais do Ceará, cargo vinculado à Casa Civil do Ceará; Guilherme Sampaio e Larissa Gaspar, deputados estaduais, também são pré-candidatos da legenda petista ao Executivo municipal.

"Agora é que, na verdade, o Camilo se aproxima mais da vivência no PT, nesse último ano de 2022, porque até então nós não tínhamos muito a participação dele efetiva dentro do partido. Basta lembrar que a primeira vez que ele apoiou o PT no primeiro turno foi em 2022. Então, significa que havia, digamos assim, uma certa distância", afirma a deputada federal. Ela pondera que, agora envolvido com a dinâmica partidária, "talvez até agora a gente se aproxime".

Prévias: "Vamos jogar na consciência dos petistas"

A ex-prefeita afirmou que um acordo sobre a escolha da candidatura, com anúncio programado para março deste ano, seria o "melhor dos mundos", mas reconhece a disputa por prévias como destino mais provável da agitada vida interna petista. Na ausência de um entendimento, ela irá disputá-las.

Indagada sobre meios de as prováveis prévias não se tornarem exclusivamente reflexo do entendimento de dois ou três líderes partidários, o que configuraria um processo artificializado, a parlamentar respondeu que o caminho é "apelar para a sensibilidade destes atores políticos", notadamente Camilo, Elmano e José Guimarães, líder do governo Lula na Câmara dos Deputados.

"Segundo, acreditar na base do PT. Eu sei que vai ser, nós estamos já vendo, já sabendo de lideranças comunitárias, pessoas que são ligadas a nós há muito tempo que estão sendo pressionadas, sendo coagidas e estão ameaçadas", disse Luizianne, adicionando que não iria mencionar os autores nem os alvos das práticas.

"Como isso não virar um processo fraudulento, de fachada, artificial? Isso nós vamos jogar na mão e na consciência dos petistas que são filiados aqui em Fortaleza para fazer isso", adicionou Luizianne, para quem existem meios oficiais de interferência, a exemplo do instrumento da intervenção nacional quando, por exemplo, considera-se que casos paroquiais podem afetar o plano nacional. 

"Sem esquecer, viu, Carlos, que são cinco pré-candidatos. Entende? Não sou somente eu que tenho a responsabilidade de preservar a democracia interna do partido, todos que são pré-candidatos precisam dialogar e saber que o PT é assim. Ninguém entrou no PT desavisado", encerrou.

 

 

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