Vice de Acopiara toma posse após 3ª terceiro afastamento de prefeito

Ana Patrícia assume a gestão do município pela terceira vez em um ano em decorrência dos múltiplos afastamento de Antonio Almeida Neto

A vice-prefeita de Acopiara, Ana Patrícia (Republicanos), tomou posse da gestão do município nesta quinta-feira, 21, após o prefeito Antonio Almeida Neto (MDB) ser afastado pela terceira vez do cargo por 180 dias.

Antes do juramento da gestora, a presidente em exercício da Câmara Municipal de Acopiara, Giovana Moreira (PDT), afirmou em discurso que a terceira posse de Ana Patrícia em um ano evidencia uma “cidade sofrida, maltratada pela instabilidade política”.

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“Como representante eleita do povo, eu peço a senhora que se esforce para tirar a cidade desse abismo administrativo que se encontra, peço todo o seu esforço para que o transporte escolar volte a atender os nosso alunos, que a merenda escolar chegue aos nossos alunos, que o hospital volte a ter remédios, atendimentos, como é de direito de todo cidadão que precisa dele”, citou a vereadora.

Após o juramento, a prefeita Ana Patrícia discursou e convocou os vereadores a trabalharem pela população. “E convoco a cada vereador que saia do seu local e vá trabalhar e vá lutar pelos direitos do nosso povo”, finalizou.

Entenda o caso

Horas antes, Antonio Almeida Neto foi novamente afastado do cargo por 180 dias. Esta é a terceira vez que o gestor deixa o posto após solicitação do Ministério Público (MPCE) deferido pelo Poder Judiciário. A ação foi cumprida na manhã desta quinta-feira, 21.

A suspeita é da prática dos crimes de corrupção, fraude em licitações, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro que envolveriam servidores públicos e representantes de locação de veículos que prestam serviço.

Com o apoio da Polícia Civil, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão contra o prefeito, a secretária de Gabinete, a chefe da licitação e os empresários titulares das empresas, além de mandados de afastamento da função pública, por 180 dias, contra os agentes públicos. Além do prefeito, o chefe de Gabinete e a chefe do Setor de licitações também foram alvo da sanção.

A operação apreendeu documentos, telefones celulares, computadores encontrados na casa dos alvos, sócio das empresas. A pedido do MPCE, a Justiça também determinou que a Prefeitura suspenda o contrato com a empresa de locação de veículos investigadas devido aos indícios de fraudes na gestão na execução contratual.

Em resposta, o prefeito afastado afirmou que eles irão superar o caso, assim como nas outras vezes. “Da mesma forma que esclarecemos a primeira e a segunda denúncia, nós iremos também esclarecer essa terceira denúncia”, defendeu Antonio Almeida.

Antonio foi afastado pela primeira vez no fim de 2022 como um dos alvos da operação "Carona" que investiga supostos crimes de corrupção, fraude em licitações, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

O prefeito tinha sido afastado temporariamente por 180 dias, um prazo de seis meses. Além dele, foram afastados, na época, a secretária de Gabinete, o secretário de Obras e Infraestrutura e mais dois servidores que atuavam como motoristas do chefe do executivo municipal. Em março deste ano, ele retornou ao cargo após decisão da Justiça que revogou o afastamento.

Três meses após reassumir ele voltou a ser afastado do cargo por 180 dias no bojo de mais uma investida do MPCE. A ação apurava possíveis crimes de corrupção, fraude em licitações, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro envolvendo servidores públicos e representantes de cooperativas que prestam serviço à Prefeitura. Em setembro, ele anunciou que a Justiça acatou ação da defesa e lhe autorizou a retornar ao cargo.

Nesse meio tempo, o prefeito e a vice se afastaram politicamente. Quando assumiu pela segunda vez, a vice fez pronunciamento criticando o prefeito e a condição do grupo político na cidade. “Se hoje estou aqui, não foi uma escolha minha. Se hoje estou substituindo um prefeito que, pela segunda vez, está sendo acusado de corrupção, não fui eu, foi a Justiça”, afirmou. Ela ressaltou que não sabia como "receberia" o município.

Ela também escancarou problemas no MDB, legenda onde era filiada. “Nós trabalhamos em 4 meses e 25 dias para tentar unir um partido que estava até então esfacelado. Se isso não foi possível, não é nossa culpa”, afirmou. Recentemente, ela deixou a sigla e se filiou ao Republicanos, hoje sob a liderança de Chiquinho Feitosa.

Colaborou a repórter Júlia Duarte

 

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