Luizianne "peita" bolsonarista em comissão que trata da crise em Gaza
A deputada cearense é presidente da Comissão de Diretos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara para tratar da crise humanitária da Faixa de Gaza
A deputada federal cearense Luizianne Lins (PT) "peitou" o bolsonarista Abílio Brunini (PL), deputado que estava tumultuando a reunião técnica que tratava da crise humanitária da Faixa de Gaza. Um dia antes, ele foi expulso de outra comissão por atacar palestinos.
A audiência foi realizada nesta quarta-feira, 8, pela Comissão de Diretos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara Federal, presidida por Luizianne. Além dela, parlamentares como Erika Hilton (Psol), Glauber Braga (Psol), coordenador da reunião, e Guilherme Boulos (Psol).
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Após Brunini ir para a frente e causa tumulto, eles pediram que o deputado se retirasse, mas se negou, dizendo que era uma atitude "nazista" exigir que ele saísse. O Departamento de Polícia Legislativa (Depol) promoveu a retirada de Brunini para o funcionamento dos trabalhos.
Ao final da comissão foi feita a leitura de uma carta, tendo Luizianne com uma das autoras, de manifesto em apoio à Palestina e condenando os ataques de Israel.
Confira a carta na íntegra:
Hoje, 8 de novembro, se completa um mês desde o início dos bombardeios de Israel à Faixa de Gaza. Como disse o presidente Lula, nada pode justificar este genocídio: mais de 10 mil pessoas já foram mortas em Gaza, cerca de metade delas crianças. Além disso, centenas de milhares de casas foram destruídas e toda a população sofre com as restrições ilegais e desumanas de acesso a água, comida, energia e internet. Na ONU, a ampla maioria dos países aprovou uma resolução chamando por um cessar-fogo urgente, mas Israel declarou que não tem intenção de parar e intensificou os ataques contra o povo palestino. Nesse contexto, a ação da comunidade internacional é de suma importância, de modo que:
1. Ecoamos o chamado por um cessar-fogo urgente e pela garantia de corredores humanitários que possibilitem a entrada de ajuda à população de Gaza e a saída dos brasileiros que ali se encontram;
2. Urgimos ao governo brasileiro que atue energicamente pelo fim do genocídio, da ocupação e do apartheid, em defesa do respeito ao direito internacional e às resoluções da ONU;
3. Solicitamos ao governo brasileiro que chame o embaixador do Brasil em Israel para consultas e que não se promulguem os acordos de cooperação militar e de segurança assinados por Bolsonaro com Israel.