Som da liberdade: entenda por que filme é apoiado pela direita e por bolsonaristas

A distribuidora do filme, Angel Studios, nega que "Som da liberdade" tenha sido produzido com algum viés político e que tenha qualquer ligação com o movimento conspiratório

Lançado no Brasil na última quinta-feira, 21, o filme “Som da liberdade” tornou-se uma temática controversa nos cinemas norte-americanos e, simultaneamente, uma causa notável para apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Mais informações ao vivo:

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

O filme é baseado na história real de um ex-agente do governo que resgata crianças de guerras entre criminosos colombianos que atuam em uma rede de exploração. O filme foi abraçado pela direita e é criticado pela esquerda norte-americana.

Os conservadores alegam que “Som da liberdade” é direcionado a um setor trabalhador americano que tem ficado à margem da elite de Hollywood.

Teoria conspiratória

Os liberais, no entanto, avaliam o curta como uma forma de recrutar a extrema direita, que promove a teoria conspiratória QAnon sobre uma seita de pedófilos de Hollywood e o Partido Democrata, que, eventualmente, sequestraria crianças e retiraria o sangue delas.

A distribuidora do filme, Angel Studios, nega que “Som da liberdade” tenha sido produzido com algum viés político e que tenha qualquer ligação com o movimento conspiratório.

“Qualquer um que tenha visto o filme sabe que não é sobre teorias conspiratórias", afirmou o presidente-executivo, Neal Harmon, à revista Time.

No Brasil, é forte a associação entre o longa-metragem e a extrema-direta. Na última terça-feira, por exemplo, os deputados Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli e Mario Frias - todo do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro - compareceram à pré-estreia em Brasília. Pela rede social X (ex-Twitter), a senadora Damares Alves convocou, em vídeo, toda a “comunidade cristã” a “lotar os cinemas”.

— Damares Alves (@DamaresAlves) September 13, 2023

Além disso, foi firmada uma parceria com a plataforma Brasil Paralelo, acusada de alimentar teorias conspiratórias e disseminar desinformações. É também conhecida por interpretações conservadoras de fatos históricos. 

A história do filme "Som da Liberdade"

O filme, gravado em 2018 com o financiamento de investidores mexicanos, relata a história de Tim Ballard, ex-agente especial de Segurança Nacional americano, que, em 2013, chefiou a equipe “Operation Underground Railroad”, com o intuito de resgatar crianças de traficantes de uma rede de exploração sexual.

Ballard é acusado de má conduta sexual durante as operações nas quais estava infiltrado. Conforme a revista "Vice", sete mulheres alegam que ele as coagia a dormirem na mesma cama ou a tomarem banho com ele para enganar os criminosos.

Ballard, contudo, nega as acusações. Ele se afastou do grupo depois de investigações internas.

O ator que interpreta Ballard, Jim Caviezel ("A paixão de Cristo"), é ligado ao movimento conspiratório.

Ingressos gratuitos

Com o intuito de popularizar o filme, a distribuidora adotou um sistema de doações de ingressos. Qualquer um pode comprar os bilhetes por meio do site e disponibilizar para outros interessados.

À revista “Hollywood Reporter”, a vice-presidente do Angel Studios afirmou que os valores arrecadados através de doações não é grande, no entanto, na época em que o filme foi lançado nos Estados Unidos, diversos internautas compartilhavam imagens de sessões vazias do filme.

O longa-metragem tornou-se uma causa notável às figuras públicas da direita norte-americana, como o intelectual canadense Jordan Peterson, o locutor e comentarista político Ben Shapiro e ao ex-presidente Donald Trump, que exibiu o filme em seu clube de golfe.

Siga o canal "Política Ceará - O POVO" no WhatsApp

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

som da liberdade

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar