Bolsonaro fez reuniões "secretas" com militares após segundo turno
Os encontros foram omitidos das agendas oficiais tanto do ex-presidente como dos oficiais
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou reuniões secretas com comandantes militares logo após o segundo turno das eleições presidenciais em 2022. Os encontros não constavam nas agendas oficiais do ex-presidente nem dos oficiais e foram obtidos nos e-mails da presidência que foram deletados, mas permaneceram na lixeira.
Os e-mails dos auxiliares de Bolsonaro foram enviados à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de Janeiro e obtidos pelo colunista Guilherme Amado, do Metrópoles. A primeira reunião aconteceu no Palácio da Alvorada, onde Bolsonaro residia, em 1º de novembro, dois dias após o pleito que decretou a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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A mensagem obtida contém o termo “Comandantes de Força”, em menção ao general Marco Antônio Freire Gomes, do Exército; almirante Garnier Santos, da Marinha; e tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, da Aeronáutica.
Participaram da conversa, além do general Walter Braga Netto, ex-ministro e vice na chapa de Bolsonaro. Além dele, três ministros estiveram, são eles: general Paulo Sérgio Nogueira, da Defesa; Anderson Torres, da Justiça-preso no caso do 8 de janeiro- e Bruno Bianco, da Advocacia-Geral da União (AGU). Na agenda publicada pelo Planalto, os comandantes e Braga Netto não foram mencionados. No mesmo dia, Bolsonaro quebrou o silêncio e falou sobre a eleição, sem mencionar claramente a derrota.
No dia seguinte, agenda pública de Bolsonaro não constou nada. Pelos e-mails, no entanto, Bolsonaro teve uma reunião de 15h30 às 17h15 com comandante militares e o senador Flávio Bolsonaro (PL), seu filho mais velho.
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Duas semanas depois, outra reunião no Alvorada consta nas mensagens e também foram omitida da agenda do ex-presidente. Às 14h30, a agenda reservada voltou a citar “Comandantes de Força”, além dos ministros da Defesa, Justiça, AGU, Controladoria-Geral da União, Braga Netto e o almirante Flávio Rocha, secretário especial da Presidência.
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