Por suposto favorecimento a Bolsonaro, MPF pede afastamento de diretor-geral da PRF

A ação por improbidade administrativa contra Silvinei Vasques foi protocolada na Justiça do Rio

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi alvo de um pedido de afastamento por 90 dias, feito pelo Ministério Público Federal (MPF). A requisição faz parte de desdobramentos de uma ação de improbidade administrativa, protocolada na Justiça Federal do Rio de Janeiro.

"Uso indevido do cargo, com desvio de finalidade, bem como de símbolos e imagem da Polícia Rodoviária Federal com o objetivo de favorecer o candidato à reeleição Jair Messias Bolsonaro (PL) para o cargo de Presidente", diz a Procuradoria em trecho da solicitação, assinada pelo procurador Eduardo Benones.

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As informações são do jornal O Globo. Conforme a reportagem, a ação alega que Vasques teria realizado campanha favorável ao chefe do Executivo, à época disputando a reeleição para o Palácio do Planalto contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Os sucessivos atos praticados pelo requerido, sobretudo o pedido de 'Vote 22 - Bolsonaro Presidente' na véspera do segundo turno da eleição, para além de configurar ilícito eleitoral, importa no reconhecimento do uso ilícito do mais importante cargo da hierarquia da Polícia Rodoviária Federal, para favorecer determinado candidato, violando de morte os princípios da legalidade, da impessoalidade e da moralidade", defende o MPF.

No início de novembro, a Procuradoria havia pedido abertura de um inquérito contra Silvinei por prevaricação. A ação é motivada por conta das operações nas estradas realizadas em 30 de outubro, dia do segundo turno das eleições de 2022. A atuação no desbloqueio das vias, que foram obstruídas por grupos golpistas apoiadores do presidente Bolsonaro por desrespeito ao resultado das eleições, também foi colocada em pauta.

Cerca de uma semana depois, o MPF abriu o inquérito para apurar a conduta do diretor-geral. Ainda na petição, o órgão ressaltou que a manutenção de agente no cargo pode ocasionar prejuízos ao processo.

"É notório que após o anúncio do resultado das eleições, instalou-se no país um clima de instabilidade o qual demandou a atuação imediata de vários órgãos. Não se pode afastar, de plano, que as manifestas preferências do requerido tenham influenciado e possam vir a influenciar a condução das ações da PRF durante este momento de crise", apontou o procurador Eduardo Benones.

Silvinei e as páginas do Wikipédia

Descrevendo o diretor-geral como "bolsonarista", uma página da Wikipédia recebeu um pedido de exclusão por meio de ofício enviado pela PRF. Além disso, o órgão solicitou informações sobre os usuários que editaram o conteúdo.

A plataforma ainda citava processos disciplinares contra Silvinei, colocados em sigilo por 100 anos, incluindo acusações de agressão a um frentista em Goiás.

No conteúdo ainda constavam casos de violência policial, como a Chacina da Vila Cruzeiro, uma comunidade do Rio de Janeiro na qual 23 pessoas foram mortas a tiros durante uma operação policial. A PRF, sob a gestão do atual diretor, fazia parte. Também é citado o assassinato de Genivaldo de Jesus, asfixiado em um camburão da corporação.

A plataforma do Wikipédia funciona como uma espécie de enciclopédia digital colaborativa, na qual pessoas cadastradas podem realizar modificações no conteúdo, desde que especifiquem as fontes de informação.

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