Lula é criticado por viajar ao Egito em avião de empresário envolvido na Lava Jato

Vice-presidente eleito Geraldo Alckmin minimizou o caso e disse que Lula aceitou uma carona do executivo

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) virou alvo de críticas após viajar ao Egito para participar da COP 27 em um jatinho do empresário José Seripieri Júnior, preso em julho de 2020 na Operação Lava Jato. O executivo teria fraudado contratos milionários para dissimular transferências de recursos à campanha de José Serra (PSDB) ao Senado Federal, em 2014. A comitiva presidencial desembarcou no Egito nesta terça-feira, 15.

Lula embarcou para o país africano na segunda-feira, 14, juntamente com a esposa Rosângela Silva, a Janja, e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT). A aeronave que levou a comitiva é um bimotor modelo Gulfstream, com capacidade para transportar até 12 pessoas. Segundo o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, o proprietário do avião também estava no voo. 

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"A informação que eu tenho é que [o avião] não é emprestado. O proprietário está indo junto para a COP, então ele também vai participar da COP, está indo junto, não tem empréstimo, estão indo juntos no mesmo avião", minimizou Alckimin ao ser questionado sobre o assunto durante coletiva de imprensa. 

O caso teve forte repercussão negativa para o petista nas redes sociais, e não apenas entre os aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-candidato a presidente João Amoedo (Novo), por exemplo, que declarou voto em Lula no 2º turno das eleições, classificou a viagem como "um absurdo". 

Dono da operadora de planos de saúde Qsaúde, José Seripieri é amigo de Lula há pelo menos dez anos. O empresário foi um dos 200 convidados do casamento do petista com Janja, em maio deste ano. Na campanha eleitoral, ele fez doações de R$ 1,3 milhão para a candidatura presidencial do amigo, segundo consta no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Aqueles que admiram o presidente eleito e têm esperanças de que ele faça um bom governo deveriam criticar os seus erros e não ignorá-los", escreveu Amoedo no Twitter. O vice-presidente e senador eleito, Hamilton Mourão (Republicanos), também criticou o uso do jatinho por Lula. "A 'futura administração' já compromete os princípios da impessoalidade e da moralidade!", tweetou.

Em julho de 2020, o executivo chegou a ser preso após desdobramentos da operação Lava Jato, mas ficou apenas três dias na cadeia. Seripieri foi acusado de estruturar um esquema ilegal para disfarçar repasses ilegais à campanha de José Serra.

De acordo com investigação da Polícia Federal, as transferências não contabilizadas pela Justiça chegaram a R$ 5 milhões. O inquérito tornou o empresário e o senador réus por corrupção, lavagem de dinheiro e crime de caixa dois na Justiça Eleitoral de São Paulo.

Após sair da prisão, Seripieri fechou acordo de colaboração com a Procuradoria-Geral da República. Segundo os termos do compromisso, homologado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), o empresário deveria ressarcir R$ 200 milhões aos cofres públicos. Como os termos do acordo estão sob sigilo judicial, ainda não é possível saber se a quantia foi mesmo devolvida.  

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