Vereadora sobre volta de Ronivaldo: "Vamos ser obrigadas a conviver com agressor de mulher"

Vereador retornou à Câmara Municipal nesta quinta-feira,28, para prestar esclarecimento sobre tentativa de feminicídio, em novembro de 2021

Representante do mandato que foi ao Conselho de Ética contra Ronivaldo Maia (PT), a vereadora Adriana Gerônimo (Psol) criticou o retorno do parlamentar à Câmara Municipal de Fortaleza, nesta quinta-feira, 27. A representação do Psol foi arquivada no Conselho de Ética. O mandato coletivo Nossa Cara, representado oficialmente por Adriana, tentou entrar com recurso, mas não obteve as nove assinaturas necessárias até o fim do prazo, na quarta-feira, 27. Foram obtidas apenas quatro assinaturas entre os 43 vereadoras.

"Vamos ser obrigadas a conviver com ele aqui, sendo um agressor de mulheres", disse Adriana em discurso na tribuna. "Pedir desculpas para o povo de Fortaleza não é suficiente", acrescentou. "Se esta Casa não tivesse sido omissa, hoje talvez a gente tivesse o Conselho de Ética a todo fervor apurando um caso de violência tão grave".

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Ela completou sobre o retorno de Ronivaldo ao mandato: "Para mim, é indignante saber que um vereador vai receber dinheiro público depois de ter agredido uma mulher".

Ao O POVO, ele disse que o sentimento é "mistura de lamentação e também de vergonha mesmo". "Numa das maiores capitais do país, um exemplo tão concreto de violência contra a mulher que vai ficar sem responsabilização pelo Poder Legislativo". Disse ainda: "É uma derrota para todas as mulheres fortalezenses".

Representado formalmente pela vereadora Adriana Gerônimo, o mandato Nossa Cara é exercido de forma compartilhada com Louise Anne de Santana e Lila M. Salu. Louise também lamentou o retorno do vereador. "Lamentamos que a posição da Casa seja essa. Passa a imagem errada sobre as pessoas que estão representando o povo". Ela ainda criticou que o nome da vítima tenha sido citado na fala de Ronivaldo.

Louise considera que a posição do Legislativo, ao arquivar a representação, "corrobora com a violência doméstica, a violência contra as mulheres". E criticou o fato de o recurso não ter passado de quatro assinaturas. "A não assinatura, embora seja um ato, é também um símbolo. Um símbolo de não se responsabilizar com essa questão, de não querer debater".

E criticou sobretudo a maioria parlamentar. "Quando a bancada que representa o Poder Executivo se nega a participar disso, estamos novamente reverberando essa sensação de que as mulheres não estão seguras em nenhum lugar, inclusive dentro dos espaços públicos de política".

Com informações de Filipe Pereira

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