Bolsonaro volta a ameaçar Judiciário: "Não serão dois ou três que decidirão como serão contados esses votos"

Ao longo de vários momentos do ano passado, presidente disparou ataques às urnas eleitorais e pôs em xeque a segurança das mesmas

Durante inauguração da Estação de VLT no no Rio Grande do Norte nesta quarta-feira, 30, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez novas ameaças ao Judiciário sobre o resultado das eleições de outubro próximo. Em tom duro, ele fala que "os votos serão contados no Brasil. Não serão dois ou três que decidirão como serão contados esses votos". O mandatário ainda afirmou que de tudo fará, "até com o sacrifício da própria vida" para que os direitos da liberdade sejam cumpridos no país.

Não é de hoje que o presidente Bolsonaro dirige ataques às instituições eleitorais no Brasil. Em meados do ano passado, quando a pauta do voto impresso passou a ser defendida fielmente pelo mandatário, Bolsonaro mentiu ao dizer que os votos são contados em um “quartinho secreto, por meia dúzia de pessoas”. “O que é a alma da democracia? É o voto. O povo quer que você, ao votar, tenha a certeza de que o teu voto vai para o João ou para a Maria. Não quer que, num quartinho secreto, meia dúzia de pessoas contem os seus votos”, disse Bolsonaro em entrevista para a Rádio Regional, em São Paulo.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desmente essa tese do presidente afirmando que logo que a votação é encerrada, os presidentes das seções eleitorais finalizam a coleta de votos e, depois, a urna eletrônica imprime um extrato dos votos depositados pelos votantes para cada candidato. O TSE disse ainda que a totalização dos votos é computada a partir da soma de cada boletim de urna e que não há nenhuma interferência humana nesse processo.

No início deste ano, ao receber alta do hospital em que foi internado ao sofrer uma obstrução intestinal, Bolsonaro voltou a se referir às urnas eletrônicas de maneira duvidosa, falando que o Ministério da Defesa fez questionamentos ao então presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, sobre "fragilidades da urna eletrônica".

“Estamos aguardando a resposta do TSE e do senhor ministro Barroso. Pode ser que nos convença que estamos errados. Agora, se nós não estivermos errados, pode ter certeza que algo tem que ser mudado dentro do TSE”, disse. O presidente afirmou ainda que as eleições deste ano serão limpas porque “as Forças Armadas vão participar de todo o processo eleitoral”.

Naquele momento, o ministro Barroso discutiu com o ministro da Defesa, Braga Netto, a indicação de um suposto nome das Forças Armadas para integrar a comissão de transparência das eleições do TSE. Após conversas, o ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva, general da reserva, passou a exercer o cargo de novo diretor-geral do TSE.

É válido destacar que nunca foram comprovadas quaisquer fraudes nas urnas eletrônicas, desde que elas foram implementadas no sistema eleitoral brasileiro, em 1996. Isso foi constatado não só por auditorias feitas pelo próprio TSE, mas também por investigações do Ministério Público Eleitoral (MPE).

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