Camilo chama petistas contrários a PDT de radicais, fala em "cegueira" e pede: "Saiam da bolha"

Em resposta dura, o governador lamentou que integrantes do próprio partido não reconheçam as ações do governo e colaborem para "picuinhas'' e "projetos individuais"

O governador Camilo Santana (PT) rebateu duramente nesta sexta-feira, 28, a pressão de alas do PT cearense para que o partido reveja a aliança com o PDT e garanta um palanque para Lula - provável candidato a presidente - no estado, se contraponto aos Ferreira Gomes. Na visão de Camilo, esse tipo de posicionamento é "radicalismo", no que ele classificou ainda de "cegueira política". “Acho que essas pessoas precisam sair da bolha”, destacou. 

Em evento virtual realizado nesta quinta, 27, pelos deputados federais Luizianne Lins e José Airton Cirilo, acompanhados do estadual Elmano Freitas, as lideranças reforçaram discursos por uma candidatura própria do PT ao Palácio da Abolição. O tom mais incisivo partiu de Airton Cirilo. Ele elogiou as ações do Executivo estadual, mas cobrou do governador alinhamento político com o pensamento e disse que petistas são excluídos de sua administração. Já Luizianne fez duras críticas ao ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato ao Palácio do Planalto que, na opinião da petista, trata-se de um "Bolsonaro querendo se travestir de progressista". Isso em razão dos sequentes ataques que ele faz a Lula e ao PT. 

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Em evento de inauguração do Centro Integrado Multifuncional (CIM) do Corpo de Bombeiros, no bairro Cidade dos Funcionários, Camilo disse sempre ter feito um governo “com diálogo, consenso, respeito e sempre focado numa das coisas que a base do PT sempre defendeu: justiça social e olhar para os que mais precisam”. “O próprio presidente Lula sempre defendeu isso, diálogo, a importância de ter as alianças e de construir consensos em fruto em defesa do desenvolvimento do nosso estado e país” disse.

No mesmo tom, em discurso que aponta tanto para sua relação com o grupo político dos Ferreira Gomes quanto para sua posição dentro do PT, Camilo disse nunca ter feito governo que “procurasse a atender grupos e alas partidárias”. “Meu governo sempre foi focado para atender as pessoas, lutar para defesa da justiça social e dos direitos do cidadão e cidadã de Fortaleza”, completou.

O petista lamentou falas de integrantes do partido que, segundo ele, não reconhecem as ações de sua gestão e colaboram para "picuinhas'' e “projetos individuais”. “Acho que essas pessoas precisam sair da bolha”, disparou. O governador então avaliou ser preciso “mudar o discurso” com o intuito de construir consensos.

“Não será com discurso de intolerância, de isolamento, de radicalismo. Isso é cegueira política. O que precisamos é construir consensos e pensar na defesa da democracia e fazer com que o Ceará siga no rumo de reduzir desigualdades, investir na educação, combater a criminalidade e principalmente proteger as pessoas que mais precisam. Então lamento e, felizmente, a imensa maioria do partido não pensa dessa forma”, concluiu o governador.

Nesta semana, membros da cúpula cearense do PT manifestaram incômodo com as fala de Ciro Gomes durante o lançamento da sua pré-candidatura à Presidência da República na última semana. A aliança entre petistas e pedetistas no estado entrou em novo teste de resistência após o ex-ministro lançar duras críticas ao ex-presidente Lula ao responder uma pergunta em que acusa o site Brasil 247 de "não ser um órgão de imprensa" e de ser "um panfleto do Lula, pago com dinheiro sujo".

A relação entre os partidos no Ceará e o tratamento de Ciro aos petistas no âmbito nacional também foi sendo motivo de questionamentos entre militantes e filiados petistas no estado. Nesta segunda-feira, 24 , o deputado estadual Acrísio Sena (PT) atentou para a necessidade de o PT Ceará retomar o diálogo com as bases políticas. 

Com informações do repórter Vitor Magalhães

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