Consultoria tenta barrar acesso do TCU a informações sobre salário de Moro, diz jornal

Ao atuar na Alvarez & Marsal, Moro tornou-se alvo de questionamentos. Isso porque a empresa foi escolhida para administrar a recuperação judicial de atores que foram alvos da Lava Jato, operação comandada por ele

A empresa Alvarez & Marsal tenta travar ação do Tribunal de Contas da União (TCU) para ter acesso a informações sobre os ganhos do ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) no período em que ele prestou serviços de consultoria. De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo, a defesa da empresa tem se negado a entregar os registros usando como base decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) de anos anteriores.

A consultoria cita casos de 2008, 2012 e 2015 como precedentes de que o TCU não poderia solicitar dados que provoquem quebra de sigilo bancário em relação privada. A partir disso, a empresa alega que o TCU só "pode quebrar sigilos de operações financeiras que envolvam recursos públicos”, o que não se aplicaria ao pedido em questão envolvendo os rendimentos de Sérgio Moro. “Uma vez que, aqui, demandou-se a apresentação de contratos celebrados entre empresas privadas e um consultor privado”, complementa.

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Ao atuar na Alvarez & Marsal, Moro tornou-se alvo de questionamentos. Isso porque a empresa foi escolhida para administrar a recuperação judicial de atores que foram alvos da Lava Jato, operação comandada por Moro. Em dezembro, o ministro Bruno Dantas, do TCU, pediu que a Alvarez & Marsal revelasse os valores pagos a Moro depois que ele se desligou, em outubro do ano passado. Dantas ordenou ainda um levantamento de todos os processos de recuperação judicial em que a consultoria atuou no período da Lava Jato.

Na última sexta-feira, 21, o ministro Bruno Dantas retirou o sigilo de todos os documentos dos autos do processo sobre os honorários de Moro quando prestou serviços à Alvarez & Marsal, administradora judicial da construtora Odebrecht. Relator da ação que apura irregularidades envolvendo a Lava Jato e a Odebrecht, Dantas também retirou o sigilo de peças relacionadas à empreiteira que até então eram confidenciais.

A decisão ocorreu após pedido do subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, que disse ser necessário investigar “prejuízos ocasionados aos cofres públicos pelas operações supostamente ilegais dos membros da Lava Jato de Curitiba e do ex-juiz Sérgio Moro, mediante práticas ilegítimas de revolving door, afetando a empresa Odebrecht S.A., e lawfare, conduzido contra pessoas investigadas no âmbito da Lava Jato".

 

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