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Ciro critica política econômica dos adversários e fala em "Estado inteligente"

Especialista ouvida pelo O POVO aponta que uso do termo é forma de fugir da polarização e se colocar como uma opção que possa atender demandas de setores mais à esquerda e à direita

Oficializado como pré-candidato do PDT à Presidência da República na última sexta-feira, 21, o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) deu o primeiro passo para a disputa pelo Palácio da Alvorada e, durante o evento de lançamento, apresentou agendas que devem servir como carro-chefe da sua campanha, bem como destacou temas vinculados à seara econômica.

O anúncio da pré-candidatura, cerca de nove meses antes da eleição marcada para o próximo dia 2 de outubro, busca repercutir no cenário político e nacional para catapultar a imagem do pedetista. O nome de Ciro não decolou nas pesquisas de intenção de voto e vem pontuando abaixo de dois dígitos, com índices inferiores aos obtidos nas três campanhas presidenciais em que participou: 1998; 2002 e 2018.

O ex-ministro aproveitou para fazer críticas aos adversários como o ex-presidente Lula (PT); o presidente Jair Bolsonaro (PL); e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos); todos aparecem na frente dele nas pesquisas eleitorais mais recentes. Ciro reforçou críticas aos projetos econômicos do PT e de Bolsonaro que, segundo ele, não atendem às reais necessidades do País e da população.

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Monalisa Torres, cientista política vinculada ao Laboratório de Estudos sobre Política Eleições e Mídia (Lepem-UFC) avaliou o destaque à questão econômica dado por Ciro. “A partir da economia é possível fazer alianças importantes. Então, ele critica a agenda econômica de Lula, que julga equivocada e que não entrega o que promete, e de Bolsonaro insinuando que Guedes não tem competência e que Bolsonaro usa políticas de viés assistencialistas com finalidade eleitoreira usando como exemplo disso o Auxilio Brasil”.

"Chega dessa discussão farsante e primária entre Estado Mínimo e Estado Máximo, o que nos interessa é o Estado Inteligente, o Estado que resolva problemas, o Estado que atue junto ao setor privado e abra, junto com ele, as portas da economia do conhecimento" disse Ciro em determinado momento do seu discurso.

Torres chama a atenção para o termo “Estado inteligente” e explica que a ideia seria investir em "um Estado que não seria desenvolvido a partir dos modelos paternalista (que criaria uma certa dependência) ou neoliberal (que não olha para as necessidades da população mais vulnerável)”, mas um Estado que saiba planejar. “O uso desse termo especificamente também foi uma tentativa de se mostrar como alguém que atenderia demandas tanto de setores mais à esquerda, quanto dos mais à direita”, conclui.

No dia anterior ao discurso de Ciro, O POVO conversou com especialistas que analisaram a possível estratégia do PDT em lançar um pré-candidato tão cedo. Sobre o evento, os cientistas políticos projetaram que Ciro o usaria, também, como forma de tentar se aproximar da imagem de Leonel Brizola, figura histórica do PDT que completaria cem anos hoje 22 de janeiro de 2022, para se consolidar dentro da legenda trabalhista que ainda teria alas apreensivas com a candidatura de Ciro.

“A tentativa de se aproximar de Brizola foi clara. Ele falou das conquistas da Educação no Ceará e de alguma forma se aproxima do legado e dos interesses que Brizola entendia importantes para um governante, como focar na questão da Educação e na legislação trabalhista, tema que também citou durante o seu discurso. De alguma forma ele tentou fazer essa aproximação e consolidar uma identidade partidária”, concluiu Torres.

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