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Sindicatos do Ceará cogitam greve de servidores federais para fevereiro

A proposta é discutida nesta quinta-feira, 20, entre o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Ceará (Sintsef), a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) e outros sindicatos brasileiros

Representantes de cerca de 50 categorias do funcionalismo público federal paralisaram as atividades e fizeram atos na última terça-feira, 18, para cobrar reajustes que variam de 20% a 28,15%, dependendo da carreira. Diante do silêncio do governo Jair Bolsonaro (PL) em prol de negociações por reajustes salariais, algumas categorias já planejam deflagrar greve na segunda quinzena de fevereiro, o que pode afetar diversos estados brasileiros. 

No Ceará, por exemplo, o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Ceará (Sintsef) já planeja iniciar possíveis atos no início do próximo mês. Nesta quinta-feira, 20, o presidente da instituição, Roberto Luque, participa de uma reunião nacional promovida pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) para tratar da questão com outras 200 lideranças sindicais. 

"A gente vem discutindo esse assunto desde dezembro e estamos tirando um dia na agenda para o dia 2 de fevereiro. Agora a greve em si vamos discutir depois dessa data", afirmou o dirigente. No dia 14 de janeiro, entidades vinculadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT) que representam os servidores públicos federais, estaduais e municipais realizaram reuniões virtuais para debater estratégias e calendário de protestos. 

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“É preciso colocar no centro da agenda a luta para reverter tudo que foi feito contra o povo desde 2016. Revogar todas as medidas e reformas que atacam os direitos do povo, como a PEC 95 (teto de gastos), e as reformas trabalhistas e da previdência”, diz trecho de nota divulgada. 

Em Assembleia Geral do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (ADUFC) na noite da última terça, os docentes endossaram, por unanimidade, a disposição do sindicato em aderir à mobilização nacional em torno da campanha salarial da categoria. Segundo os servidores, a decisão ocorre em um contexto de defasagem salarial causada pela não reposição integral do reajuste inflacionário acumulado em quase 39%, desde 2015. 

Segundo o presidente da Adufc, Bruno Rocha, a mobilização surge a partir da reorganização da luta dos servidores públicos iniciada com a jornada contra a PEC 32, em 2021. “A luta contra a reforma administrativa mostrou que pode haver uma disposição para a campanha salarial”, reforçou o docente, acrescentando aspectos que podem ser favoráveis à negociação, como o enfraquecimento do governo federal em meio a um ano eleitoral.

“Por três vezes, o governo Bolsonaro tentou reduzir nossos salários – na época da aprovação do auxílio emergencial, no início da pandemia, e no final de 2020, com a PEC Emergencial”, destacou. “Depois veio a PEC 32, em que, durante todo o ano passado, o governo tentou aprovar essa pauta”, acrescentou.

Apesar de uma adesão tímida, tendência já esperada pelo sindicalismo devido ao aumento das infecções por Covid-19 no Distrito Federal e o período de recesso de vários servidores, as próximas mobilizações podem se intensificar após críticas de membros ligados a cúpula do governo federal. À Folha, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), disse que o movimento foi "bem fraquinho". "Não [assustou o governo]. Achei fraco". O Ministério da Economia e o Planalto até o momento disseram que não vão se manifestar.

Além do reajuste salarial, a categoria também protesta contra a Reforma Administrativa (PEC 32), proposta governista apresentada ao Congresso Nacional. "Ela vai privatizar os órgãos públicos, acabar os concursos, com a estabilidade e reduzir em 25% a remuneração dos servidores. As entidades sindicais que defendem os servidores das três esferas fizeram mobilizações diárias nas redes sociais, nos aeroportos das capitais e em Brasília", afirmou, em nota, o Sindsef-CE. 

No final do ano passado, o Congresso Nacional aprovou o Orçamento de 2022 com reserva de R$ 1,7 bilhão para reajuste das forças federais de segurança, e cerca de R$ 800 milhões para agentes comunitários de saúde e agentes de combate a endemias. No entanto, o aumento reservado apenas para servidores da área de segurança pública desagradou a outras categorias do Executivo federal, que ameaçam deflagrar uma greve nacional no serviço público. Nesta quinta, o presidente suspendeu a promessa.

 

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