Veja 10 curiosidades que você não sabia sobre a bandeira do Brasil

O Brasil já teve 13 bandeiras oficiais, uma delas quase foi uma cópia da norte-americada. Confira outras curiosidades

No dia 19 de novembro, é celebrado o Dia da Bandeira Nacional em homenagem à bandeira brasileira, desenhada por Raimundo Teixeira Mendes, Miguel Lemos, Manuel Pereira Reis e Décio Vilares. Essa bandeira foi criada após a Proclamação da República, que ocorreu no dia 15 de novembro de 1889, e apresentada no dia 19 de novembro do mesmo ano, por isso a celebração é nessa data.

A Proclamação da República resultou na queda da monarquia, substituída pela forma de governo republicana. Nesse período, achou-se necessária a troca dos símbolos nacionais que, até então, remetiam à monarquia.

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Para celebrar a data, O POVO organizou 10 curiosidades sobre a bandeira brasileira. 

1. A bandeira atual é inspirada na bandeira do Brasil Império

Bandeira do Brasil na época do Império.
Bandeira do Brasil na época do Império. (Foto: Jean-Baptiste Debret)

É curioso pensar que a nossa atual bandeira, criada logo após a Proclamação da República, seja uma adaptação da bandeira que simbolizava justamente a monarquia. Seria mais lógico supor que a República que então se iniciava não ia querer manter nenhuma marca do regime anterior. Mas, pelo menos no que diz respeito ao nosso principal símbolo, isso não é verdade.

Criada pelo famoso pintor francês Jean Baptiste Debret (1768-1848), fundador da Academia de Belas-Artes do Brasil, essa bandeira apresenta as bases da atual: o campo verde ao fundo e o losango amarelo. Foi instituída por D. Pedro I por decreto no dia 19 de setembro de 1822.

Como facilmente notamos ao comparar as duas bandeiras, as únicas novidades da bandeira atual são a proporção do losango e a substituição das Armas do Império pela esfera celeste republicana. Esta última alteração é a marca que distingue o novo regime do anterior.

2 - O Brasil já teve 13 bandeiras oficiais

Nem todo mundo sabe que o Brasil já teve outras bandeiras além da atual. Transformações políticas, como aquelas motivadas por revoluções, costumam alterar os símbolos nacionais.

Por exemplo: quando o Brasil se tornou independente de Portugal, em 1822, substituiu-se a bandeira do Regime Constitucional (a última bandeira portuguesa adotada aqui no Brasil) pela nova bandeira do Império nascente. Da mesma forma, com a Proclamação da República, em 1889, adotou-se a bandeira que usamos até hoje.

Conheça a lista de todas as bandeiras que já foram usadas no Brasil:

Ordem de Cristo (1319-1651);
Bandeira Real (1500-1521);
Bandeira de D. João III (1521-1616);
Bandeira do Domínio Espanhol (1616-1640);
Bandeira da Restauração (1640-1656);
Bandeira do Principado do Brasil (1645-1816);
Bandeira de D. Pedro II (1683-1706);
Bandeira Real do Século XVII (1600-1700);
Bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve (1816-1821);
Bandeira do Regime Constitucional (1821-1822);
Bandeira Imperial do Brasil (1822 a 1889);
Bandeira Provisória da República (15 a 19 de novembro de 1889);
Bandeira Nacional (1889 - Atual)

3 - Por pouco que nossa bandeira não foi uma imitação da norte-americana

Por pouco que nossa bandeira não foi uma imitação da norte-americana
Por pouco que nossa bandeira não foi uma imitação da norte-americana (Foto: Reprodução)

Foi por pouco tempo, mas já tivemos uma bandeira bem parecida com a Star an Strips dos Estados Unidos. Não precisa analisar muito para notar as semelhanças, não é mesmo?

Essa bandeira foi hasteada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pelo vereador José do Patrocínio, assim que foi proclamada a República, no dia 15 de novembro de 1899. Antes disso, ja havia sido hasteada na redação do jornal A Cidade do Rio. Foi adotada como bandeira do Governo Provisório entre os dias 15 e 19 de novembro. Depois, foi instituída por meio de decreto presidencial a atual bandeira.

4 - A esfera azul representa o céu da capital em 15 de novembro de 1889

A esfera azul representa o céu da capital em 15 de novembro de 1889
A esfera azul representa o céu da capital em 15 de novembro de 1889 (Foto: Reprodução)

Nossa bandeira é quase uma carta astronômica. E isso já deu muito o que falar, já que a representação das constelações, segundo alguns críticos, não seria exata.

Vejamos o que diz a lei que trata dos símbolos nacionais:

As constelações que figuram na Bandeira Nacional correspondem ao aspecto do céu, na cidade do Rio de Janeiro, às 8 horas e 30 minutos do dia 15 de novembro de 1889 (doze horas siderais), e devem ser consideradas como vistas por um observador situado fora da esfera celeste.

Em 1925, o astrônomo Henrique Morize, um dos críticos da esfera celeste, diz que o Cruzeiro do Sul, além de deslocado, aparece em tamanho exagerado. Outro problema é que a estrela Espiga (a Alfa da Constelação de Virgem), que representa o estado do Pará, não deveria estar acima da faixa branca, mas exatamente embaixo dela, de modo que não poderíamos vê-la.

 

5 - O que significa o lema da bandeira?

A inscrição na faixa branca é uma adaptação do lema positivista “O amor por princípio e a ordem por base, o progresso por fim”. "Ordem" pode ser lida como a ordem política e social, em contraposição ao caos, à falta de normas. E "Progresso" faz referência ao desenvolvimento técnico e científico. Essas deveriam ser as bases sobre as quais deveria ser construída a sociedade brasileira do futuro.

O positivismo foi uma corrente de pensamento em voga na segunda metade do século XIX e que exerceu influência importante no movimento republicano brasileiro. Resumidamente, o positivismo valorizava a ciência, o experimentalismo e a observação dos fenômenos sociais, rejeitando a religião e a metafísica como formas de se atingir um conhecimento verdadeiro sobre as coisas.

As ideias de Auguste Comte (1798-1857), expoente do positivismo na França, chegaram com força ao Brasil. Raimundo Teixeira Mendes (1855-1927), idealizador da bandeira, e Benjamin Constant (1836-1891), militar que teve participação decisiva na Proclamação da República, eram "devotos" do positivismo de Comte.

Sim, eles acreditavam nessa doutrina como se fosse uma religião: a Religião da Humanidade. Ainda hoje existe a Igreja Positivista do Brasil.

6 - De onde vêm as cores da bandeira?

Aqui, a coisa também é meio confusa. Hoje se ensina nas escolas que as cores da bandeira fazem referência a alguns aspectos da natureza. O verde simboliza as matas. O amarelo o ouro (e, consequentemente, as riquezas). O azul, claro, o céu. E isso não deixa de ser verdade. Mas essa associação é recente.

A escolha das cores remonta ao tempo do Brasil Império. E quem bateu o martelo sobre as cores foi D. Pedro I. O verde porque faz referência à cor da Casa de Bragança, da qual ele descendia. E o amarelo porque é a cor da Casa de Lorena, da imperatriz Leopoldina, esposa de D. Pedro.

7 - Cada estrela representa um estado brasileiro

Além da esfera celeste representar quase perfeitamente o céu da capital da República no dia da proclamação, cada estrela simboliza um estado da Federação. Assim, como temos atualmente 26 estados, mais o Distrito Federal, são 27 estrelas dentro da esfera azul, cada uma delas correspondendo a uma unidade da federação específica.

E se houver modificações no número de estados? Segundo a lei, é simples assim: caso surja um estado, deve-se incluir uma estrela; caso desapareça, deve-se retirar a estrela correspondente.

8 - O que é proibido

Os usos e proibições da bandeira nacional são levados bastante a sério. Existe até uma lei para especificar como a flâmula deve ser confeccionada, como e onde deve ser utilizada e como deve ser o comportamento diante dela, a Lei 5.700/1971.

De acordo com a norma, não é permitido modificar as cores ou o lema da bandeira ao representá-la; apresentá-la em mau estado de conservação; reproduzi-la em rótulos ou embalagens de produtos; usa-la como vestimenta, agasalhando-se nela, como visto em comemorações esportivas ou em manifestações de rua.

9 - Utilização

A Bandeira Nacional deve ser hasteada todos os dias no Congresso Nacional, nos Palácios do Planalto e da Alvorada, nas sedes dos ministérios, nos tribunais superiores, no Tribunal de Contas da União, nas sedes de governos estaduais, nas assembleias legislativas, nos Tribunais de Justiça, nas prefeituras e Câmaras de Vereadores, nas repartições públicas próximas das fronteiras, nos navios mercantes e nas embaixadas brasileiras.

A regra também vale para dias de festa ou de luto nacional em todas as repartições públicas, nos estabelecimentos de ensino e sindicatos, assim como é obrigatório o ensino do desenho e do significado da bandeira nacional em todas as unidades de ensino primário. Dentro dos estabelecimentos, o símbolo deve ser colocada sempre à direita de tribunas, púlpitos, mesas de reunião ou de trabalho.

10 - Troca da maior bandeira

A maior bandeira nacional do país fica hasteada de forma permanente na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Ela mede 286 metros quadrados e pesa 90 quilos, sustentada por um mastro de 100 metros de altura. No primeiro domingo de cada mês, a bandeira da Praça dos Três Poderes é substituída, em uma cerimônia pública feita em formato de rodízio executado pela Marinha, Exército, Aeronáutica e Governo do Distrito Federal (GDF).

 

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