Crise no Inep: "Já é o Enem mais elitista da história", diz Tábata Amaral

Para a parlamentar, a crise no Inep aliada ao histórico ruim do governo federal na área da educação acabam por excluir ainda mais vulneráveis do Enem

A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) se disse "muito preocupada" com a crise no Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão responsável pela realização do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Para a parlamentar, a debandada de cerca de 30 servidores que denunciam interferência na elaboração do exame, junto ao histórico ruim do governo federal na área da educação, acabam por excluir ainda mais a população vulnerável do Enem.

"Este já é o Enem mais elitista da história. Eu vi um dado que me entristeceu muito: dos inscritos, 11% apenas eram negros", disse a deputada ao podcast "A Malu Tá ON", da jornalista Malu Gaspar (O Globo), lembrando que mais da metade da população do Brasil é negra.

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"Já vamos para o terceiro ano de um Enem que está sendo feito para excluir cada vez mais gente. Não é que o histórico do governo Bolsonaro é muito bom. Na verdade, a gente tem todas as razões para estar preocupado. E aí, quando a gente olha para o cenário atual... São acusações gravíssimas. (...) A gente está falando de acusações de interferência ideológica nas questões [do Enem]. (...) São vários erros, políticas e confusões que vão excluindo quem é mais vulnerável", afirmou.

Tabata também repercutiu uma notícia publicada na Folha de S.Paulo nesta sexta-feira, 19, que apontou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, para que questões do Enem relativas à ditadura militar brasileira (1964-1985) tratassem o golpe de 1964 como "revolução".

"Segundo servidores, Bolsonaro pediu a troca de 'golpe de 1964' por 'revolução' no Enem. Proteger a democracia é também lembrar nossa história: a ditadura foi um período com anos de censura, tortura e restrições ao voto. Não vamos ceder à ditadura da ignorância e do autoritarismo", escreveu a deputada em uma rede social.

Nesta sexta-feira, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu abrir investigação para apurar as denúncias referentes à gestão de Danilo Dupas à frente do Inep. A ação acontece a apenas dois dias do início do Enem, previsto para ocorrer no próximo domingo, 21, e no dia 28 de novembro.

 


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