Cristovam Buarque: Bolsonaro "trai a pátria" ao nomear desqualificados para a educação

Mais 33 servidores do Inep pediram exoneração de seus cargos nessa segunda-feira, 8; debandada acontece a poucos dias da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)

04:31 | Nov. 10, 2021

Cristovam Buarque foi ministro da Educação por um ano no primeiro mandato do ex-presidente Lula (PT) (foto: Agência Senado)

O ex-ministro da Educação do governo Lula (PT), Cristovam Buarque, disse que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "trai a pátria" quando indica, na sua avaliação, pessoas desqualificadas à Educação. "Bolsonaro não é patriota. Ele aparelha um setor que vai construir o futuro do país. E aparelha com incompetentes. Ele trai os eleitores e a pátria", afirmou Buarque em entrevista ao UOL.

Mais 33 servidores do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) pediram exoneração de seus cargos nessa segunda-feira, 8. A debandada acontece a poucos dias da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Desses, 29 trabalhavam em áreas ligadas ao exame e 22 eram coordenadores.

Na avaliação de Cristovam Buarque, uma má educação pode causar consequências piores do que epidemias. "Mata pessoas. Pessoas educadas têm mais chance de cuidar da saúde, mas mata o país também, porque entramos na era do conhecimento. Capital não é mais trabalho braçal, é o cérebro ", disse.

Crítico aos governos petistas em outras oportunidades, o ex-ministro defendeu a reeleição de Lula para derrubar Bolsonaro. "Eu defendo a eleição de Lula não por causa da Educação, mas para tirar Bolsonaro", afirmou.

Para ele, no entanto, o petista não solucionaria os problemas da Educação. "Lula é um gênio da política. Ele sabe que o que dá voto é ensino superior. O que dá voto não é aumentar o número de alunos adolescentes no ensino médio", avaliou.

Buarque foi ministro da Educação por um ano no primeiro mandato do ex-presidente Lula. Ele é idealizador de programa o Bolsa Escola, que foi implementado inicialmente no Distrito Federal, em 1995, durante o seu mandato como governador. Em 2001, o governo nacional replicou a medida em todo o País, alcançando 5,5 milhões de famílias.

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