Prefeitura de cidade italiana que homenageará Bolsonaro é atingida com esterco em protesto
Manifestantes ainda organizam ato para esta segunda-feira, 1°, quando o presidente passa pela cidade
Homenageado com o título de cidadão honorário de Anguillara Vêneta, cidade no norte da Itália, o presidente Jair Bolsonaro é alvo de protestos de cidadãos contrários à concessão do título, oferecido pela prefeita do município, que é ligada ao partido de ultradireita Liga Norte. O prédio da prefeitura da cidade amanheceu nessa sexta, 29, com grande quantidade de esterco na porta de entrada e a fachada pichada com a frase "Fora Bolsonaro".
Manifestantes ainda organizam ato para esta segunda-feira, 1°, quando o presidente passa pela cidade. Diversos grupos, entre os quais o Partido Democrático, o Partido da Refundação Comunista e a CGIL — o maior sindicato da Itália — participarão.
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Enquanto esperam pelo ato de segunda-feira, manifestantes ligados ao grupo ambientalista Rise Up 4 Climate Justice deixaram as marcas na sede do Executivo municipal. De acordo com o grupo, "o presidente representa o modelo capitalista, predatório, destrutivo e colonialista contra o qual lutamos".
Floriana Rizzetto, presidente da sessão de Pádua da ANPI (Associação Nacional dos Partisans da Itália), que também lidera as manifestações contra o brasileiro desta segunda-feira, disse à Folha que a polícia "está fazendo tudo para evitar que Bolsonaro veja o ato", já que o protesto teve permissão para ocorrer apenas das 9 às 11 horas.
A ativista afirmou ainda que a justificativa de Buoso, prefeita de Anguillara Vêneta, para homenagear o Bolsonaro, sob o argumento da imigração italiana no Brasil, é mentirosa. A cidade destinou 9 mil euros (R$ 59 mil) para receber o presidente e sua comitiva.
Na última segunda-feira, 25, brasileiros se reuniram frente à Câmara dos Vereadores, no momento em que acontecia a votação para aprovar a homenagem a presidente.
A proposta para conceder o título de cidadão honorário ao mandatário brasileiro foi votada com urgência, e tornou-se de conhecimento do público somente após Vanessa Camani, vice-presidente do Partido Democrático na região, publicar a informação em suas redes sociais.
Na Câmara local, a proposta de homenagem recebeu nove votos a favor, três contra e uma abstenção. Uma petição online com mais de 2.600 assinaturas reivindicava que a honraria não fosse concedida.
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