Caetano critica ataques de Ciro a Lula, mas afasta apoio a governo petista

Para Caetano, vitória do PT seria voltar ao passado. "Gostaria que o Brasil desse passos pra frente. Mas o tom do Ciro nesse último período a mim não me agradou", disse

Em entrevista à Folha, o músico Caetano Veloso comentou declarações recentes do ex-governador e pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) contra o ex-presidente Lula (PT). De acordo com o artista, que declarou apoio a Ciro em 2018, os ataques não têm efeito na popularidade do pedetista e provocam mal-estar.

"Não me sinto à vontade, não me sinto muito bem. Não me parece que venha a ser tão eficaz como ele e talvez (o marketeiro) João Santana pensem. E depois não me agrada a agressividade contra Lula, porque Lula é uma figura na história do Brasil que eu não consigo não admirar e não sentir afeto. Acho que tem uma beleza nessa manifestação da maioria do povo brasileiro de querer elegê-lo", diz Caetano.

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O músico ponderou, no entanto, que não apoia a volta de um governo petista. Para ele, seria voltar ao passado. "Gostaria que o Brasil desse passos pra frente", declarou.

"Agora, isso não quer dizer que a melhor coisa que poderá acontecer com o Brasil será Lula voltar à presidência. Não sei. Há um pouco de volta ao passado, gostaria que o Brasil desse passos pra frente. O próprio Lula, o próprio PT podia ter outra atitude. Mas o tom do Ciro nesse último período a mim não me agradou".

"Eu tinha divergências estratégicas com Lula, às vezes sutilmente políticas, mas não tão nitidamente porque Lula era politicamente estratégico, mas estrategicamente ele não era tão bom político.", acresentou ainda.

Caetano falou à Folha para divulgar seu novo álbum "Meu Coco", lançado nessa quinta-feira, 21 - o primeiro álbum de inéditas em quase uma década. Na entrevista, ele comentou ainda o atual cenário político do país, ascensão extrema direita no mundo e suas perspectivas para o futuro brasileiro.

Ciro defende conspiração de Lula por impeachment de Dilma

Em entrevista ao podcast do Estadão no último dia 13 de outubro, Ciro disse que Lula 'conspirou' pelo impeachment de Dilma, em 2016. Como comprovação, ele pontuou as recentes ligações de Lula com líderes do MDB, um dos partidos mais beneficiados com a destituição da petista. O paulista radicado no Ceará apontou o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE) como contatos atuais de Lula.

“Eu atuei contra o impeachment, e quem fez o golpe foi o Senado Federal. Quem presidiu o Senado? Renan Calheiros. Quem liderou o MDB nessa investida? O Eunício Oliveira. Com quem o Lula está hoje?”, questionou Ciro durante a entrevista. E complementou: “Hoje, eu estou seguro de que o Lula conspirou pelo impeachment da Dilma, estou seguro”.

A declaração culminou em um bate-boca intenso nas redes sociais entre Ciro e os ex-governantes petistas, Lula e Dilma. O pedetista foi acusado de misoginia pelo tom em que se referiu à ex-presidente. Em suas palavras, Dilma “destruiu a economia brasileira” como “ninguém no passado histórico brasileiro”.

 

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