Bolsonaro diz que Forças Armadas não cumpririam eventual "ordem absurda"

O presidente também defendeu a composição do seu governo, cujo ministérios são ocupados em grande maioria por militares, superando, inclusive, o quadro durante o regime militar (1964-1985): "é meu círculo de amizade", afirmou

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira, 27, que as Forças Armadas não cumpririam qualquer "ordem absurda" dada por ele ou por outro presidente. A declaração ocorreu no Palácio do Planalto, durante cerimônia de lançamento do Crédito Caixa, que marca os 1.000 dias de seu governo.

"As Forças Armadas estão aqui. Elas estão ao meu comando, sim, ao meu comando. Se eu der uma ordem absurda, elas vão cumprir? Não. Nem a mim nem a governo nenhum. E as Forças Armadas têm que ser tratadas com respeito", disse.

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"Quando criaram a [pasta da] Defesa em 1999 não foi por uma necessidade militar, foi por uma imposição política, para tirar os militares deste prédio [Palácio do Planalto]", acrescentou o presidente.

O presidente também defendeu a composição do seu governo, cujo ministérios são ocupados em grande maioria por militares, superando, inclusive, o quadro durante o regime militar (1964-1985).

"Alguns criticam que eu botei militar demais [no governo], mais até, proporcionalmente, do que os governos [militares] de Castello Branco a Figueiredo. Sim, é verdade, é meu círculo de amizade. Assim como de outros presidentes foram outras pessoas, era o círculo de amizades deles", disse.

Bolsonaro já deu declarações polêmicas sobre as Forças Armadas, que geraram preocupação sobre a ameaça de politização da instituição. Em mais de uma ocasião neste ano, o presidente usou o termo "meu Exército", expressão interpretada como uma tentativa de instrumentalizar as Forças em prol de seus interesses.

Ele também se referiu às Forças Armadas como “poder moderador", apesar de decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) estabelecer que militares não têm essa atribuição.

Em março deste ano, pela primeira vez na história, os três comandantes das Forças Armadas pediram renúncia conjunta por discordarem do presidente da República. A crise se instaurou logo após a demissão do general Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa, no dia 29 daquele mês. Ouvido por ministros do STF após a sua saída, ele fez discurso conciliador, no mesmo tom de Bolsonaro, e afirmou que não há risco de politização das Forças, e que os órgãos não irão se inclinar a eventuais medidas autoritárias do presidente.

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